Lobista tinha “muitos interesses”, diz defesa de ex-parceiro comercial de Jair Renan
Por meio de seu advogado, Allan Lucena afirma que Marconny Faria minou sua relação com o filho do presidente
atualizado
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A defesa de Allan Lucena, ex-parceiro comercial de Jair Renan Bolsonaro, afirmou que o lobista Marconny Faria, alvo da CPI da Covid, tinha “muitos interesses” e “minou” sua relação com Jair Renan. Por meio de seu advogado, Lucena negou ter tratado com o lobista na criação da empresa do filho do presidente.
A Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, empresa do filho mais novo do presidente, foi aberta com a ajuda do lobista alvo da CPI da Pandemia, que também é suspeito de atuar como lobista da Precisa Medicamentos na compra da vacina Covaxin. Marconny e Jair Renan começaram a trocar mensagens a partir de setembro de 2020, como mostraram as repórteres Constança Rezende e Raquel Lopes na última quarta-feira (1º/9). Lucena é citado por Jair Renan em uma das conversas.
“Assim que o Marconny entrou como advogado do Jair Renan, o Allan saiu. Allan tratou zero com o Marconny e diz que ele tinha muitos interesses”, afirmou Luiz Gustavo Cunha, advogado de Allan Lucena.
Segundo o advogado, Marconny atuou para romper a relação de amizade entre Lucena e Jair Renan. Os dois amigos inauguraram juntos a sede da empresa em novembro, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
“O Marconny fez o Renan se afastar do Jair Renan, acabou por minar a relação dos dois”, seguiu a defesa de Lucena.
No início do ano, a PF abriu um inquérito para investigar se Jair Renan, por meio de Lucena, ganhou um carro elétrico de R$ 90 mil em troca de facilitar que a empresa Thomazini conseguisse uma agenda no Ministério do Desenvolvimento Regional. O carro foi devolvido por Lucena, segundo sua defesa.