Nada de declarações ou sonetos de amor: a nova coletânea de poemas de Vinicius de Moraes tem cemitérios, fantasmas, corpos decompostos e campos de concentração. Um Poetinha fúnebre e escatológico dá o tom de “50 poemas macabros”, primeira reunião de um lado nada romântico da obra do poeta, e que a Companhia das Letras coloca nas prateleiras em outubro.

Sombrios, os textos da antologia estão espalhados por diferentes fases de Vinicius, e foram selecionados pelo poeta e ensaísta Daniel Gil, que assina o posfácio e vê nesse Vinicius ecos de Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos.

A antologia tem sete poemas inéditos, extraídos de documentos do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa: “A morte sem pedágio”, “A consumação da carne”, “Poema de aniversário”, “Cara de fome”, “Parábola do homem rico”, “Desaparição de Tenório Júnior” e “O sórdido”.