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Líder caminhoneiro diz a investidores que chance de greve é de 95%

Conhecido como Dedeco, Wanderlei Alves liderou paralisação em 2018; “Paralisação vai acontecer cedo ou tarde”, diz ao Credit Suisse

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Caminhoneiro Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco
1 de 1 Caminhoneiro Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco - Foto: Reprodução

Líder dos caminhoneiros, Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, afirmou a interlocutores do banco suíço Credit Suisse que a chance de uma paralisação nacional da categoria contra o mega-aumento dos combustíveis é de 95%. A conversa do banco com Dedeco, uma das lideranças da paralisação de 2018, aconteceu nesta quarta-feira (16/3) e envolveu analistas e investidores da instituição.

Questionado qual era a chance de uma paralisação, de zero a dez, Dedeco respondeu: “Nove e meio”. Logo antes, quando foi perguntado se seria difícil acontecer uma paralisação nacional, o caminhoneiro declarou: “Pode ter certeza de que tem, sim, condições de parar e isso vai acontecer cedo ou tarde”.

No último dia 10, a Petrobras anunciou um mega-aumento no preço dos combustíveis. A gasolina subiu 18,8%. O diesel, que abastece os caminhões, ficou 24,9% mais caro. Segundo o caminhoneiro, o setor espera que a Petrobras anuncie em breve outros aumentos. E ameaçou: “Acredito que se a Petrobras der mais um aumento o Brasil vai parar instantâneo”. Por isso, Dedeco defendeu que a Petrobras abandone o Preço de Paridade Internacional (PPI) e, assim, pare de acompanhar os preços internacionais do petróleo. Isso acontece desde 2016, por decisão do então presidente Michel Temer.

Um dos caminhoneiros à frente da paralisação nacional de 2018, no governo Temer, Dedeco declinou dar muitos detalhes aos analistas e investidores do banco. “Queremos pegar o país e a Petrobras de surpresa. Não damos data, mas vai acontecer [a paralisação]”. Em outro trecho da conversa, disse que 90% das lideranças de 2018, ele incluído, consideram que “a única solução é outra paralisação”.

Para Dedeco, a população brasileira sentirá o impacto inflacionário da alta nos combustíveis em breve, quando for ao mercado no início de em abril. “A população vai se levantar quando fizer a compra do mês no mês que vem”.

Jair Bolsonaro tem aumentado as críticas contra os aumentos repassados pela estatal. Aliados temem um desgaste na tentativa de reeleição, em um momento em que Bolsonaro tem mostrado uma tendência de alta nas pesquisas de intenção de voto.

Os ataques mais recentes aconteceram nesta quarta-feira (16/3), quando foi ao ar uma entrevista em que o presidente chamou os reajustes de “crime contra a população” e admitiu a possibilidade de demitir o presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna.

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Há quatro tributos que incidem sobre os combustíveis vendidos nos postos: três federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins) e um estadual (ICMS)
No caso da gasolina, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a composição do preço nos postos se dá por uma porcentagem em cima de cada tributo
O preço na bomba incorpora a carga tributária e a ação dos demais agentes do setor de comercialização, como importadores, distribuidores, revendedores e produtores de biocombustíveis
Além do lucro da Petrobras, o valor final depende das movimentações internacionais em relação ao custo do petróleo, e acaba sendo influenciado diretamente pela situação do real – se mais valorizado ou desvalorizado
A composição, então, se dá da seguinte forma: 27,9% – tributo estadual (ICMS); 11,6% – impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins); 32,9% – lucro da Petrobras; 15,9% – custo do etanol presente na mistura e 11,7% – distribuição e revenda do combustível
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O preço da gasolina tem uma explicação! Alguns índices são responsáveis pelo valor do litro de gasolina, que é repassado ao consumidor na hora de abastecer

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Há quatro tributos que incidem sobre os combustíveis vendidos nos postos: três federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins) e um estadual (ICMS)

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No caso da gasolina, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a composição do preço nos postos se dá por uma porcentagem em cima de cada tributo

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O preço na bomba incorpora a carga tributária e a ação dos demais agentes do setor de comercialização, como importadores, distribuidores, revendedores e produtores de biocombustíveis

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Além do lucro da Petrobras, o valor final depende das movimentações internacionais em relação ao custo do petróleo, e acaba sendo influenciado diretamente pela situação do real – se mais valorizado ou desvalorizado

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A composição, então, se dá da seguinte forma: 27,9% – tributo estadual (ICMS); 11,6% – impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins); 32,9% – lucro da Petrobras; 15,9% – custo do etanol presente na mistura e 11,7% – distribuição e revenda do combustível

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O disparo da moeda americana no câmbio, por exemplo, encarece o preço do combustível e pode ser considerado o principal vilão para o bolso do consumidor, uma vez que o Brasil importa petróleo e paga em dólar o valor do barril, que corresponde a mais de R$ 400 na conversão atual

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A alíquota do ICMS, que é estadual, varia de local para local, mas, em média, representa 78% da carga tributária sobre álcool e diesel, e 66% sobre gasolina, segundo estudos da Fecombustíveis

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