Justiça nega prisão de suspeito de desmatamento químico no Pantanal
O fazendeiro Claudecy Oliveira Lemes é suspeito de ter feito desmate químico em 80 mil hectares do Pantanal
atualizado
Compartilhar notícia
A Justiça do Mato Grosso negou na quarta-feira (17/4) a prisão do fazendeiro Claudecy Oliveira Lemes, suspeito de ter feito desmate químico no Pantanal para plantar capim e fazer pasto para gado. O caso foi revelado pelo Fantástico no último domingo (14/4).
Na decisão, o juiz João Francisco Campos escreveu que a aplicação de medidas cautelares, no lugar da prisão do fazendeiro, seria “adequada para atingir os pretensos fins” da investigação. O juiz determinou a suspensão das atividades econômicas nas fazendas de Lemes, proibiu que o fazendeiro tenha contato com testemunhas e que se ausente de Barão de Melgaço (MT), cidade onde mora.
Apesar de ter concordado com a investigação feita pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Mato Grosso, o juiz alegou que “a prisão preventiva é medida de extrema exceção” e não se aplica a este caso.
Claudecy Oliveira Lemes tem 11 fazendas no município de Barão de Melgaço e é suspeito de desmatar parte do Pantanal para plantar capim e fazer pasto para boi. O fazendeiro desmatou, segundo as investigações, 80 mil hectares do Pantanal. A área equivale ao tamanho da cidade de Campinas (SP).
Para conseguir transformar a área em pastagem, o fazendeiro fez despejou herbicidas, ao longo de três anos, com uso de aeronaves, segundo as investigações. As notas fiscais apreendidas pela Polícia Civil revelam que, só com a compra de agrotóxicos, ele gastou R$ 25 milhões. Lemes nega o uso de agrotóxicos.