Justiça de São Paulo multa advogado de golpistas por “má-fé”
Claudio Luis Caivano defende três golpistas que se tornaram réus por crimes no 8 de Janeiro; advogado já foi condenado por xenofobia
atualizado
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O advogado bolsonarista Claudio Luis Caivano, que defende três golpistas réus por crimes no 8 de Janeiro, foi multado por “má-fé” na última quinta-feira (21/9) pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Caivano moveu um processo contra o Google pela terceira vez no tribunal, sem sucesso.
Em julho, Caivano acionou o TJSP alegando que o YouTube removeu indevidamente um vídeo do seu canal. Segundo a plataforma, o bolsonarista propagou desinformação sobre a Covid-19, o que ele nega.
No último dia 21, o juiz Mario Chuvite Junior apontou litigância de má-fé e afirmou que este era o terceiro processo idêntico de Caivano tramitando no TJSP, ou seja, um tumulto processual. “Salta aos olhos”, escreveu o magistrado, completando: “Revelando-se temerária tal prática autoral, que atenta contra a regularidade processual e o respeito que se deve ter com as decisões judiciais e a ordem legal”.
Procurado, Caivano não comentou.
O bolsonarista defende Renata Maria da Cruz, Marcela Tatiane de Oliveira Santos e Gerson Luiz dos Santos, presos no 8 de janeiro. Os três se tornaram réus em maio por incitação ao crime e associação criminosa.
Em 10 de janeiro, Caivano foi visitar golpistas na prisão sustentando que “estamos vivendo num estado de exceção”. A declaração foi dada durante uma live do senador Marcos do Val, que depois passaria a ser investigado por tentativa de golpe e organização criminosa.
O advogado também foi condenado por proferir xingamentos xenofóbicos contra o zelador do prédio em que morava. Caivano ameaçou o idoso, disse que sabia usar armas de fogo e o chamou de “cabeça chata” e “nordestino”.