Conhecido por protagonizar uma fuga cinematográfica do Japão em 2019, o empresário Carlos Ghosn, ex-chefão da Nissan e da Renaut, é procurado pela Justiça do Rio de Janeiro.

O assunto da busca, no entanto, nada tem a ver com as fraudes fiscais de que ele foi acusado em solo japonês e o levaram à prisão em 2018 — para depois deixar o país dentro de uma caixa de instrumento musical, feita sob medida para a ocasião. Nascido em Rondônia, Ghosn tem cidadanias brasileira, francesa e libanesa.

A 2ª Vara Cível da Regional de Itaipava (RJ) tenta desde janeiro de 2023 notificar Ghosn e ex-mulher dele, Rita Cordahi, sobre uma ação que trata sobre a passagem de uma linha de transmissão da Neoenergia por dentro de uma fazenda do empresário em Petrópolis, na região serrana fluminense.

Em dezembro de 2022, seguindo o que prevê um decreto em casos como esse, com urgência, comprovado interesse público e depósito de uma indenização, o juiz da Vara autorizou a chamada “imissão provisória” da concessionária de energia na posse de 3,9 hectares da Fazenda Santa Rita, mesmo sem Carlos Ghosn ter sido citado no processo. Assim, a linha teve sinal verde para ser implantada.

Uma oficial de Justiça que esteve em um endereço do empresário e da ex-mulher dele em Petrópolis em janeiro de 2023 foi informada por um funcionário que eles moram no Líbano. Ghosn vive no país desde sua fuga do Japão.

Em maio deste ano, atendendo a um pedido da Neoenergia, a Justiça autorizou que o empresário e a ex-mulher sejam citados por meio de edital público.

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