Juiz confiscou dados de celular de advogado assassinado, diz CNJ
Ministério Público de Mato Grosso acionou Conselho Nacional de Justiça contra juiz Wladymir Perri e apontou “estranheza e perplexidade”
atualizado
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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontou que o juiz Wladymir Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, confiscou dados do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro. Em decisão na sexta-feira (17/5), o CNJ ordenou que o material apreendido pela polícia seja enviado com urgência à Corregedoria Nacional de Justiça.
Em dezembro do ano passado, o advogado Roberto Zampieri foi morto com dez tiros dentro do carro em frente a seu escritório. Desde então, a investigação do assassinato tem chamado a atenção do Ministério Público do Mato Grosso, que acionou o CNJ contra o juiz Wladymir Perri, que atua no caso.
Segundo o MP, o juiz autorizou que ele mesmo tivesse acesso exclusivo aos dados do celular, além de ter imposto sigilo ao caso. “Causa estranheza e perplexidade a conduta do magistrado”, escreveu o Ministério Público ao CNJ. Além dessa decisão questionada pelo MP, o juiz questionou à Polícia Civil estadual se os dados do celular citavam alguma autoridade com foro privilegiado.
Antes de enviar com urgência o material da investigação ao CNJ, o juiz Wladymir Perri terá de permitir à Polícia Civil e ao Ministério Público acompanharem a extração dos dados do celular do advogado.
Procurados, o juiz Wladymir Perri e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso não comentaram.