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Joias sauditas: advogado pagou R$ 38 mil para viagem de Wassef aos EUA

Caio Cesar Vieira Rocha foi presidente do STJD e é filho de ex-presidente do STJ; Wassef recomprou Rolex, diz inquérito das joias sauditas

atualizado

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Frederick Wassef e Caio Cesar Rocha
1 de 1 Frederick Wassef e Caio Cesar Rocha - Foto: Reprodução

O advogado Caio Cesar Vieira Rocha, ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), pagou cerca de R$ 38 mil em despesas da viagem em que o advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef recomprou nos Estados Unidos um relógio Rolex que havia sido dado pelo governo saudita ao governo brasileiro. Documentos da investigação da Polícia Federal (PF) tiveram o sigilo derrubado nesta segunda-feira (8/7).

Segundo a PF, Rocha fez pelo menos dois pagamentos a pedido de Wassef para a viagem: de R$ 27 mil, em março do ano passado, e R$ 10,6 mil, em abril do ano passado. O segundo pagamento foi feito por meio de uma empresa cearense, cujo comprovante foi enviado por Rocha a Wassef. Segundo registros da Ordem dos Advogados do Brasil, Rocha e Wassef não são sócios. Rocha é filho do ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Cesar Asfor Rocha.

Em março do ano passado, Wassef corria para comprar uma passagem aos Estados Unidos, o que desmentiu seu depoimento de Wassef à PF, segundo a investigação. O entorno de Jair Bolsonaro estava aflito com a iminência de uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que ordenaria a devolução dos presentes à União, ainda de acordo com a PF. A viagem em que Wassef recomprou o Rolex é fundamental para o esquema de desvio das joias, segundo a PF.

Em 8 de março, Wassef mandou mensagens para Rocha: “Me liga, irmão. Me liga. Nunca atende”. No dia seguinte, o advogado da família Bolsonaro escreveu: “Tenho de te ver hoje sem falta. Estou te esperando e vou te ver a qualquer hora. Não some senão vai me ferrar com terceiros”. Em 10 de março, Wassef pediu que Rocha pagasse R$ 27 mil para a agência de viagens que comprou as passagens de Wassef e da namorada aos EUA, que seria no dia seguinte.

Quando Wassef estava nos Estados Unidos, em 17 de março, fez outro pedido de pagamento para Caio Cesar Vieira Rocha: R$ 10 mil. “Faz um pix de 10.000 aí pra mim. Depois eu devolvo”, disse Wassef, ao que Rocha respondeu: “Faço!”. O pagamento, referente a remarcações das passagens de volta ao Brasil, teria sido feito para o Pix da namorada de Wassef.

Procurados, os advogados Frederick Wassef e Caio Cesar Vieira Rocha não responderam. O espaço segue aberto a eventuais manifestações.

(Atualização às 20h10 de 8 de julho de 2024: Em nota, o advogado Frederick Wassef afirmou: “Estive nos Estados Unidos a passeio e a negócios. Fiquei no país por quase um mês, onde me reuni com diferentes clientes, entre eles, Jair Bolsonaro. No período, também visitei locais turísticos em Nova York, Orlando e Miami, como mostram fotos e vídeos registrados por mim e que estão em posse da Polícia Federal. Sobre as videochamadas que a PF alega ter em meu celular com Jair Bolsonaro, é normal, visto que sou advogado dele e sempre falamos com frequência. Estão distorcendo as informações e tirando do contexto para me prejudicar”.)

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