metropoles.com

Joias: Marinha silencia sobre militar da ativa indiciado pela PF

Apreensão da Receita em joias levadas pelo capitão-tenente Marcos André Soeiro marcou início de esquema ilegal do governo Bolsonaro, diz PF

atualizado

Compartilhar notícia

Divulgação/Marinha
Capitão-tenente Marcos André Soeiro, da Marinha
1 de 1 Capitão-tenente Marcos André Soeiro, da Marinha - Foto: Divulgação/Marinha

A Marinha silenciou sobre o indiciamento do capitão-tenente Marcos André Soeiro por peculato e associação criminosa no inquérito das joias sauditas. Soeiro teve uma mala com joias apreendida pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos em 2021, quando retornava de uma viagem oficial à Arábia Saudita com o então ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, outro integrante da Marinha indiciado pela Polícia Federal (PF).

A apreensão da mala de Soeiro marcou o início de um esquema ilegal do governo Bolsonaro para tentar vender joias presenteadas ao Estado brasileiro. Em seguida, os itens de luxo seriam vendidos irregularmente pelo entorno de Bolsonaro e depois recomprados às pressas. O esquema levou Bolsonaro a movimentar R$ 7 milhões, segundo a PF.

Tanto Soeiro quanto o ministro Bento Albuquerque entraram em contradição diversas vezes durante a investigação, de acordo com a PF. No primeiro momento da apreensão das joias carregadas pelo assessor no aeroporto, Albuquerque alegou que os itens eram um presente do governo saudita à então primeira-dama Michelle Bolsonaro. Já Soeiro sustentou que as joias eram um presente ao então ministro de Minas e Energia.

Em depoimento à PF, a dupla deu outras versões. Bento Albuquerque afirmou que recebeu os presentes do governo saudita sem qualquer destinação específica. O assessor Soeiro disse aos investigadores que não sabia que levava joias na mala.

Integrante da Marinha há 25 anos, o capitão-tenente ganhou um cargo de confiança durante o governo Bolsonaro no Ministério de Minas e Energia, de 2019 a 2022. Como militar, segue recebendo um salário de R$ 16,5 mil.

A coluna fez as seguintes perguntas à Marinha sobre o militar indiciado pela PF: que providências tomou em relação a Soeiro; se alguma apuração interna foi aberta na Força; e qual é o cargo atual de Soeiro. Nenhuma foi respondida. A Marinha afirmou que não se manifesta sobre investigações judiciais, e que “acompanha” processos que envolvam seus militares.

Marcos Soeiro, Bento Albuquerque, Jair Bolsonaro e mais oito pessoas foram indiciadas pela PF no inquérito das joias. Nos próximos dias, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentará uma denúncia ou arquivará o caso, que tramita no STF.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comGuilherme Amado

Você quer ficar por dentro da coluna Guilherme Amado e receber notificações em tempo real?