Janones revela em livro o que havia por trás do “celular do Bebianno”
André Janones afirmou que inventou histórias sobre o celular de Gustavo Bebianno para desestabilizar a campanha presidencial de Bolsonaro
atualizado
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O deputado André Janones, do Avante de Minas Gerais, admitiu que nunca teve acesso nem chegou perto do celular do ex-ministro Gustavo Bebianno, morto em março de 2020.
A confissão está no livro “Janonismo cultural”, que será lançado pela editora Civilização Brasileira e narra, em primeira pessoa, a atuação de Janones na campanha presidencial do ano passado.
O deputado contou no livro que inventou a história para desestabilizar Jair Bolsonaro emocionalmente. Janones vinha adotando tática semelhante em outras frentes, como no caso das meninas venezuelanas, em que sugeriu, por meio de postagens nas redes, ter acesso a investigações relacionadas a Bolsonaro.
“Apesar de jamais ter chegado perto desse mítico aparelho, insinuei que havia tido acesso a ele. Só para atormentá-los mais um pouco”, declarou.
Janones escreveu sobre como usou o caso para provocar Bolsonaro antes do debate da TV Globo no segundo turno.
“Horas antes de o debate começar, publiquei uma foto minha segurando alguns papéis. A legenda dizia: ‘Tá tudo na mão do Pai, agora é com ele. Seja o que Deus quiser!’ O que Jair Bolsonaro temia? Que eu tivesse entregado documentos sobre Gustavo Bebianno para Lula às vésperas do último debate. Até eu me impressionava com minha capacidade de mexer com eles”, disse.
“Jair Bolsonaro chegou a pedir que a Justiça determinasse a exclusão de todas as minhas redes sociais, uma vez que minha atuação na campanha estava causando efeitos psicológicos negativos nele. Para ficar comovido assim, o celular de Gustavo Bebianno só podia ter conteúdos altamente comprometedores. Não sei se isso ajudou em alguma coisa, mas fato é que Lula foi muito bem naquele debate. A vitória estava consolidada”, afirmou Janones.