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Jair Bolsonaro espera reviravolta no caso Adélio antes da eleição

Presidente acredita na obtenção de provas que ligariam autor da facada a políticos de oposição; PF está na terceira investigação do caso

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Foto colorida do momento em que o presidente Bolsonaro, então candidato, é vítima de atentado à faca em Juiz de Fora, Minas Gerais. Ele está no meio de uma multidão e o cirminoso enfia uma faca em sua barriga - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida do momento em que o presidente Bolsonaro, então candidato, é vítima de atentado à faca em Juiz de Fora, Minas Gerais. Ele está no meio de uma multidão e o cirminoso enfia uma faca em sua barriga - Metrópoles - Foto: Reprodução

Jair Bolsonaro espera uma reviravolta no caso Adélio Bispo nos próximos três meses, quando acontecerá a eleição. O presidente afirmou em reunião com aliados recentemente que está confiante na obtenção de provas, pela Polícia Federal, que ligariam o autor da facada a políticos de oposição. A PF já descartou a hipótese em duas investigações anteriores.

O Planalto acredita que, se reveladas antes de outubro, as provas inflariam o eleitorado contra a esquerda e reviveriam um sentimento de 2018, quando Bolsonaro sofreu atentado. Esse suposto material alavancaria Bolsonaro nas pesquisas, de acordo com aliados. Hoje, o presidente corre o risco de perder a eleição para Lula em primeiro turno, conforme apontou o Datafolha no mês passado.

Em janeiro deste ano, após mudança no comando das investigações, a PF escolheu um delegado que já investigou o Primeiro Comando da Capital (PCC) para apurar se Adélio contou com a ajuda de terceiros ou agiu a mando de alguém. Em duas investigações, a PF concluiu que ele cometeu o crime sozinho.

Em fevereiro deste ano, o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio foi condenado a indenizar o PSol em R$ 10 mil por afirmar, em 2020, que um braço político ligado ao PSol teria agido junto com Adélio Bispo. Na ocasião, o blogueiro citou ainda Jean Wyllys como mandante do crime. Adélio já se filiou ao partido, mas nunca militou. A Justiça o considerou inimputável em razão de doença mental.

O juiz Telmo Zaions Zainko ressaltou que o blogueiro bolsonarista deturpou o conteúdo de um depoimento prestado à Polícia Federal, citando falas não ditas e compartilhando conclusões sem qualquer base.

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O receio dos candidatos tem fundamento. O atentado sofrido pelo atual presidente da República em 2018 não foi um caso isolado. Segundo estudo produzido pelas organizações sociais Terra de Direitos e Justiça Global, mais de 68 políticos brasileiros foram assassinados no país desde 2016.  Confira a seguir alguns dos mais famosos crimes cometidos contra políticos na história do Brasil
Em 1889, após a aprovação da Lei Áurea, escravagistas colocaram a cabeça de Dom Pedro II a prêmio. Após o até então imperador sair de uma peça de teatro, foi surpreendido por uma multidão e tiros foram disparados. Segundo a polícia, um republicano português foi o autor. Apesar disso, Dom Pedro II não se feriu, pois conseguiu fugir do tumulto
Em 1897, durante uma cerimônia militar, o primeiro presidente eleito no Brasil, Prudente de Morais, teve uma arma encostada no peito e conseguiu se desviar com o auxílio de uma cartola. O criminoso, no entanto, atingiu com uma espada o Ministro da Guerra, Marechal Bittencourt, que tentava defender o presidente. Bittencourt não resistiu
Em 1915, o senador do Rio Grande do Sul, José Pinheiro Machado, foi assassinado com punhaladas pelo padeiro Francisco Coimbra. O crime aconteceu no Rio de Janeiro, até então capital federal, após uma sessão no Senado. O homem foi preso em flagrante. Segundo a polícia, o crime não teve motivação política
Em 1930, João Pessoa, então governador da Paraíba, foi assassinado pelo advogado João Duarte Dantas em uma confeitaria em Recife. Segundo a polícia, o crime teve motivações pessoais. Contudo, acabou por ser o estopim da revolução de 1930, quando Getúlio Vargas derrubou o presidente Washington Luís através de um golpe de Estado
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Com as eleições se aproximando, e devido a atentados que aconteceram no passado, pré-candidatos têm mostrado temor em se tornarem vítimas de algum tipo de violência

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O receio dos candidatos tem fundamento. O atentado sofrido pelo atual presidente da República em 2018 não foi um caso isolado. Segundo estudo produzido pelas organizações sociais Terra de Direitos e Justiça Global, mais de 68 políticos brasileiros foram assassinados no país desde 2016. Confira a seguir alguns dos mais famosos crimes cometidos contra políticos na história do Brasil

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Em 1889, após a aprovação da Lei Áurea, escravagistas colocaram a cabeça de Dom Pedro II a prêmio. Após o até então imperador sair de uma peça de teatro, foi surpreendido por uma multidão e tiros foram disparados. Segundo a polícia, um republicano português foi o autor. Apesar disso, Dom Pedro II não se feriu, pois conseguiu fugir do tumulto

Agência Brasil
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Em 1897, durante uma cerimônia militar, o primeiro presidente eleito no Brasil, Prudente de Morais, teve uma arma encostada no peito e conseguiu se desviar com o auxílio de uma cartola. O criminoso, no entanto, atingiu com uma espada o Ministro da Guerra, Marechal Bittencourt, que tentava defender o presidente. Bittencourt não resistiu

Galeria dos Presidentes/ Governo Federal
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Em 1915, o senador do Rio Grande do Sul, José Pinheiro Machado, foi assassinado com punhaladas pelo padeiro Francisco Coimbra. O crime aconteceu no Rio de Janeiro, até então capital federal, após uma sessão no Senado. O homem foi preso em flagrante. Segundo a polícia, o crime não teve motivação política

Senado Federal
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Em 1930, João Pessoa, então governador da Paraíba, foi assassinado pelo advogado João Duarte Dantas em uma confeitaria em Recife. Segundo a polícia, o crime teve motivações pessoais. Contudo, acabou por ser o estopim da revolução de 1930, quando Getúlio Vargas derrubou o presidente Washington Luís através de um golpe de Estado

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Em 1954, o jornalista e político Carlos Lacerda, maior opositor de Getúlio Vargas, sofreu tentativa de assassinato em frente a casa onde morava no Rio de Janeiro. Apesar de ter sobrevivido, a situação resultou em uma grave crise política.

Arquivo Nacional
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Em 1967, José Sarney, então governador do Maranhão, discursava em um comício quando foi surpreendido por um jovem que corria na direção dele com uma faca na mão gritando “Sarney, tu vai morrer é agora”. Apesar do susto, o rapaz foi impedido de cometer o crime e ninguém saiu ferido

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Em 2018, Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, foi morta com nove tiros após sair de uma palestra no bairro do Estácio, na Região Central do Rio de Janeiro. Marielle estava dentro de um carro quando outro veículo se aproximou e criminosos realizaram os disparos. O motorista Anderson Gomes também morreu e uma terceira pessoa ficou ferida. Duas pessoas foram presas, mas o mandante ainda não foi identificado

Reprodução/Facebook
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O instante da facada em Juiz de Fora, na campanha de 2018

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