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Itamaraty de braços cruzados sobre brasileiros censurados em Portugal

Jornalistas brasileiros estão há mais de três meses sob censura e com salários confiscados por trabalharem para mídia russa

atualizado

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
Carlos França
1 de 1 Carlos França - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Itamaraty respondeu nesta segunda-feira (30/5) o ofício do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sobre a censura a jornalistas brasileiros que trabalham na agência russa de notícias Sputnik em Portugal. O ministério, num ofício assinado pelo embaixador Achilles Zaluar, chefe de gabinete do ministro Carlos França, não anunciou nenhuma medida prática e disse apenas estar “acompanhando com atenção”. O caso foi revelado pela jornalista Daniela Pinheiro.

Pacheco cobrou explicações e medidas do chanceler Carlos França sobre a situação no dia 11 de maio. Devido à guerra na Ucrânia, os jornalistas brasileiros estão sob a mesma censura que todos os demais repórteres da agência Sputnik, em meio às sanções impostas à Rússia, por trabalharem para a mídia russa. Além da censura, estão com os salários confiscado pelos bancos portugueses há mais de três meses.

A maioria das reportagens escritas pelos brasileiros, contudo, não são sobre a guerra. As notícias falam sobre as relações entre Brasil, Portugal e a União Europeia, com denúncias de xenofobia, violência e outros tipos de preconceito contra brasileiros em Portugal.

O Itamaraty disse que os repórteres podem pedir orientação jurídica nos consulados brasileiros em Portugal e que o Ministério das Relações Internacionais “vem trabalhando na defesa do Brasil e na contenção dos efeitos negativos” da guerra.

Um dos repórteres censurados, o carioca Lauro Neto, que teve 130 reportagens removidas do ar após a decisão, criticou a resposta do chefe de gabinete de França.

“Causa estranheza a resposta do embaixador Achilles Zaluar, já que, no dia 2 maio, eu mesmo notifiquei não apenas a Embaixada e o Consulado do Brasil em Lisboa, mas também o próprio Itamaraty. No entanto, um mês depois, nenhuma das representações diplomáticas me respondeu ainda, diferentemente do Cônsul de Portugal no Rio de Janeiro, que encaminhou o caso ao Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, que segue em silêncio. A três meses da efeméride do bicentenário que será celebrado no Sete de Setembro, parece haver mais pendências do que independência”, provocou.

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