Isenção de vistos feita por Bolsonaro deu prejuízo de R$ 40 mi anuais
Decisão de Bolsonaro de não exigir vistos para viajantes de Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão provocou prejuízo, segundo o Itamaraty
atualizado
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O Itamaraty estimou que a decisão do governo Bolsonaro de não exigir vistos para os viajantes de Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão causou prejuízo anual para o Brasil de aproximadamente US$ 8 milhões, ou cerca de R$ 40 milhões, em emolumentos (taxas) consulares.
A área diplomática do governo Lula defende a revogação da benesse concedida pela administração anterior com base no princípio da reciprocidade, já que os quatro países exigem vistos de viajantes brasileiros.
Segundo ofício formulado pelo Itamaraty e enviado à Câmara dos Deputados, “não houve incremento significativo no ingresso de nacionais desses [quatro] países no Brasil desde 2019, mesmo antes da pandemia da Covid-19”.
“Ao renunciar unilateralmente a seu direito soberano de exigir vistos de visita de nacionais de países que também os exigem de brasileiros, o Brasil colocou-se em situação de forte desequilíbrio migratório, enfraquecendo sua posição negociadora, e prejudicou sua posição na promoção dos direitos de seus cidadãos no exterior”, declarou o Itamaraty.
A cobrança de vistos para viajantes dos quatro países foi adiada para abril, após pressões do setor de turismo e de lideranças do Congresso.
Ainda segundo o Itamaraty, chefiado por Mauro Vieira, o princípio da reciprocidade será aplicado para exigir vistos de viajantes do México. O ministério está com a licitação aberta para contratar a plataforma que processará os vistos eletrônicos dos mexicanos. “Uma vez concluído o processo e implementada a plataforma específica, estará restaurada a plena igualdade de tratamento entre nacionais dos dois países”, informou a pasta.