Irritação de presidente da CPI com Aras pode custar caro ao PGR

Omar Aziz está irritadíssimo com Augusto Aras devido à manifestação do PGR no âmbito de um pedido de abertura de inquérito feito por um vereador bolsonarista de Niterói (RJ), para investigar se o presidente da CPI cometeu algum crime ao dizer que há “um lado podre nas Forças Armadas”. Aras disse que a declaração de Aziz não é crime e não merece ser investigada, mas que poderia configurar, em tese, quebra de decoro parlamentar — razão, portanto, para uma eventual cassação do senador.

Aziz queixou-se com outros senadores da resposta de Aras — na visão do parlamentar, mais uma forma de o PGR demonstrar servilismo a Bolsonaro.

Irritou-se em especial porque, da parte dele, Aziz, Aras nunca recebeu as cobranças sobre sua parcialidade. Em entrevista à coluna há três semanas, por exemplo, Aziz esquivou-se de responder sobre a falta de independência do PGR.

O problema para Aras é que Aziz é um forte influenciador dos votos da bancada do PSD, a segunda maior do Senado, com 11 senadores. E o PGR precisa passar por uma sabatina e ser aprovado, com 41 dos 81 votos da Casa, para seguir no cargo de procurador-geral por mais dois anos.