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Investigado na CPI, presidente do CFM é responsável por fiscalizações

Na contramão da OMS e estudos, Ribeiro não veta remédio ineficaz contra a Covid; médico acusa CPI de “narrativa falaciosa”

atualizado

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Isac Nóbrega/PR
Jair Bolsonaro e o presidente do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro
1 de 1 Jair Bolsonaro e o presidente do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro - Foto: Isac Nóbrega/PR

Investigado pela CPI da Pandemia por negacionismo, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Britto Ribeiro, é diretamente responsável por fiscalizar e corrigir as atividades da entidade. Ribeiro também votou recentemente em julgamentos de processos éticos no CFM.

O médico tem responsabilidade direta sobre a Corregedoria do CFM, que busca identificar e reparar erros do conselho. Além dessa prerrogativa, Ribeiro participa de julgamentos do Tribunal Superior de Ética Médica do CFM. Uma dessas sessões foi em março deste ano. Esse tribunal interno aplica sanções disciplinares por infrações éticas na conduta médica, e pode até cassar o exercício profissional do investigado.

Ribeiro tornou-se investigado nesta semana pela CPI, que apresentará seu relatório final no próximo dia 19. Segundo o relator, Renan Calheiros, o presidente do CFM foi negacionista, defendeu a prescrição de remédios ineficazes contra a Covid e omitiu fatos criminosos.

Em março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu “forte recomendação” contra o uso da cloroquina contra a Covid, concluindo que o medicamento é contra-indicado e tem riscos de efeitos colaterais adversos. Na contramão da entidade e estudos internacionais, o presidente do CFM não veta o remédio ineficaz para tratar a Covid.

Foi Ribeiro quem liderou um parecer do CFM em abril de 2020, no início da pandemia, que liberou o uso desses remédios a critério de cada médico. A posição da entidade deu impulso a discursos de Jair Bolsonaro a favor de remédios comprovadamente ineficazes, que se mantêm até hoje.

A exemplo de Bolsonaro, o líder do CFM atacou a CPI: disse que a comissão mantém uma “narrativa falaciosa” e é um “palco midiático para embates políticos e ideológicos”.

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