Investigada na CGU fecha R$ 13 milhões em contratos com governo Lula
Durante investigação da CGU, R7 Facilities foi contratada por ministérios; empresa é suspeita de usar “laranjas” e endereços de fachada
atualizado
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A empresa R7 Facilities, investigada pela Controladoria-Geral da União (CGU) desde março por suspeita de usar “laranjas” e endereços de fachada, assinou pelo menos R$ 13,1 milhões em contratos no período com o governo federal. A companhia foi contratada por Ministério da Educação, Ministério da Agricultura e Banco Central.
Segundo registros da Receita Federal, o dono da R7 é o técnico em contabilidade Gildenilson Braz Torres. Gildenilson mora na periferia do Distrito Federal, recebeu auxílio emergencial e tinha R$ 523 em suas contas em 2022, de acordo com um processo de execução fiscal, como informaram os repórteres Tácio Lorran, Vinícius Valfré e André Shalders. A CGU investiga o caso há seis meses.
Enquanto os técnicos da CGU apuram supostas irregularidades, três outros órgãos do governo federal assinaram contratos com a empresa após licitações. Em 1º de maio, a empresa foi contratada por R$ 6,7 milhões, com vigência de um ano, para “serviços de engenheiro civil” no Ministério da Agricultura e Pecuária.
No fim daquele mês, em 31 de maio, entrou em vigor um contrato de um ano e meio entre a R7 Facilities e o Ministério da Educação, por R$ 5,5 milhões. A empresa foi escolhida para prestar serviços de engenharia na sede do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Um mês depois, em junho, foi a vez de a R7 ser selecionada pelo Banco Central para serviços de manutenção na sede do BC em Salvador, por R$ 900 mil. O contrato, assinado por meio do Ministério da Fazenda, durará um ano.
A R7 também já foi contratada pelo Ministério da Justiça para atuar no presídio federal de Mossoró (RN) em 2022, fim do governo Bolsonaro. Em fevereiro deste ano, a prisão registrou a primeira fuga na história do sistema penitenciário federal. Na época, o governo suspeitava que uma obra no presídio teria facilitado a fuga de dois integrantes do Comando Vermelho.
Procurados, a R7, o Ministério da Educação e o Ministério da Agricultura não responderam. O espaço segue aberto a eventuais manifestações. O Banco Central não comentou.