Indígenas denunciam avanço do narcotráfico por ação de grileiros
Segundo a denúncia, o tráfico de drogas é beneficiado pelo desmatamento causado pela abertura de novas estradas por grileiros e madeireiros
atualizado
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Mais de cem lideranças indígenas do Brasil e do Peru denunciaram a relação do avanço do narcotráfico com o desmatamento. Segundo a denúncia, o tráfico de drogas é beneficiado pelo desmatamento causado pela abertura de novas estradas, que também auxiliam nas rotas de crimes ambientais cometidos por madeireiros e grileiros.
Os líderes, que são de aldeias da região amazônica na fronteira entre o Brasil e o Peru, denunciaram o fato no congresso da aldeia Apiwtxa, do Acre, que ocorreu no dia 19 de novembro. Segundo eles, os criminosos, em vez de fiscalizados, investigados e punidos, vêm sendo “protegidos pela corrupção” dos governos de Brasil e Peru.
Apesar das inúmeras queixas já feitas aos órgãos de Justiça do Brasil e do Peru, as lideranças alegam na denúncia que nenhuma medida foi adotada pelos países para conter o domínio das organizações criminosas ligadas a crimes ambientais e narcotráfico na região.
A “Declaração do Congresso Internacional Apiwtxa – Ameaças, Proteção e Desenvolvimento na Fronteira Amazônica”, assinada pelas lideranças indígenas fronteiriças, pede o fechamento de estradas clandestinas e a paralisação do estudo de abertura de novas rodovias do lado brasileiro, proposta defendida por parlamentares do Brasil.