Indicado de Bolsonaro a embaixador tem relação com grupo armamentista árabe
Marcos Degaut tem com o grupo estatal armamentista árabe EDGE, que produz mísseis e equipamentos de espionagem
atualizado
Compartilhar notícia
A escolha de Jair Bolsonaro por Marcos Degaut, secretário de produtos de Defesa do Ministério da Defesa, para ser embaixador do Brasil em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, levou em conta a proximidade que Degaut tem com o grupo estatal armamentista árabe EDGE, que produz mísseis e equipamentos de espionagem.
Degaut não tem nenhuma experiência no campo de relações internacionais além de uma pós-graduação na área. Seu cargo no Ministério da Defesa consiste em estabelecer relacionamentos com empresas, sejam elas brasileiras ou não, para a compra e negociação de produtos de inteligência e proteção.
Degaut se destacou no meio político dos Emirados Árabes e do Brasil por intermediar reuniões com executivos do conglomerado estatal. O grupo é considerado um dos mais avançados do mundo em desenvolvimentos tecnológicos de segurança e defesa.
Em outubro do ano passado, Degaut recebeu representantes do grupo EDGE em um evento tecnológico em São José dos Campos, em São Paulo. No evento, o grupo revelou o desenvolvimento de mísseis pelos Emirados Árabes e o interesse pela produção brasileira de grafeno, material usado para produzir armamentos pesados.
Degaut também integrou a comitiva presidencial na viagem à Rússia em fevereiro deste ano, mas estendeu o passeio para Dubai, onde se reuniu, novamente, com representantes do grupo EDGE em uma conferência de sistemas de segurança e defesa.