Incra sofre com estrutura em meio a programa ambicioso do Planalto
Três superintendências estaduais do Incra não têm telefone fixo; no Mato Grosso, órgão ficou mais de um ano fechado
atualizado
Compartilhar notícia
Responsável por executar um ambicioso programa do governo Lula para assentar 295 mil famílias até 2026, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) enfrenta graves problemas de infraestrutura. O programa Terra da Gente foi lançado neste mês e prometeu aumentar em 877% o número de assentamentos em comparação aos governos Temer e Bolsonaro.
Em pelo menos três superintendências estaduais, não há nem sequer telefone fixo: Amazonas, em Manaus; Pará-Nordeste, em Belém; e Pernambuco, em Recife. No Mato Grosso, estado com grande volume de trabalho, o escritório passou os 16 primeiros meses do governo Lula de portas fechadas e só voltou a atender presencialmente no último dia 22.
O prédio do órgão no Mato Grosso foi interditado em 2022 por ordem da Justiça do Trabalho. O Incra ainda levará três meses para alugar um outro imóvel e retornar plenamente ao trabalho.
O programa Terra da Gente promete incluir 295 mil famílias no Programa Nacional de Reforma Agrária. Em 2024, com um orçamento de R$ 520 milhões, o plano é que 73 mil famílias sejam beneficiadas.
Procurado, o Incra afirmou que receber 742 novos servidores neste ano, que serão aprovados no Concurso Nacional Unificado. “Em 2023, o balanço das ações do Incra apontou a incorporação de mais de 50 mil famílias ao Programa Nacional de Reforma Agrária”, disse o órgão, completando que o governo Lula criou uma mesa de negociação salarial com funcionários do instituto.