metropoles.com

Impasse na Saúde enfraquece pressão de Arthur Lira no governo

Sem liberações no Ministério da Saúde, líderes da Câmara enxergam Arthur Lira sem tinta na caneta

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Vinícius Schmidt/Metrópoles
Presidente da Câmara, Arthur Lira 2
1 de 1 Presidente da Câmara, Arthur Lira 2 - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

No último mês, líderes partidários da Câmara dos Deputados começaram a trabalhar com a perspectiva de que, hoje, a extensão do poder do presidente da Câmara, Arthur Lira, é diferente da que era no governo Jair Bolsonaro — e, por isso, a pressão que ele é capaz de exercer, também.

A falta de controle sobre a liberação de verbas no Ministério da Saúde é a questão central para esse clima de desconfiança. Com o fim das emendas de relator (“orçamento secreto”), R$ 9,6 bilhões deixaram de estar sob poder do Congresso neste ano. Desta quantia, R$ 3 bilhões estão na Saúde.

As verbas da Saúde se tornaram as prediletas dos deputados no governo Jair Bolsonaro por conta do sistema de transferências “fundo a fundo”. O parlamentar aliado ao governo escolhia as prefeituras que receberiam milhões em caixa sem passar por avaliações técnicas complexas.

No início deste ano, para viabilizar o pagamento desses R$ 3 bilhões e do restante das verbas, o gabinete de Arthur Lira colheu, como de costume, as indicações dos parlamentares da base para onde enviar esse dinheiro.

Como mostrou a coluna, porém, o Ministério da Saúde jogou um balde de água fria nas pretensões dos parlamentares, permitindo indicações políticas, mas baixando uma portaria com uma série de requisitos técnicos.

Hoje, é preciso confirmar, no cadastro das propostas, que o prefeito realmente precisa daquela verba. A decisão atende ao que determinou o Supremo Tribunal Federal (STF) ao proibir as emendas de relator. Em meio à burocracia, as liberações estão emperradas.

Nos outros ministérios, o dinheiro começou a sair, mas não para os líderes do Centrão do grupo de Arthur Lira. O ministro das Cidades Jader Filho privilegiou sua própria cidade, como mostrou a coluna, e Carlos Favaro, ministro da Agricultura, liberou recursos para seu estado, o Mato Grosso, como mostraram Thiago Resende e Mateus Vargas.

Com o poder do orçamento secreto começando a ruir, outro fator enfraqueceu o poder de Lira: uma operação da Polícia Federal (PF) mirando pessoas diretamente ligadas ao presidente da Câmara dos Deputados. Até aliados fiéis já admitem que as revelações são graves e Lira parece encurralado.

Hoje, há sérias dúvidas sobre se vale esticar a corda nas próximas negociações com o governo — voto de qualidade no Carf e reforma tributária — e se o presidente da Câmara tem condições de sustentar um blefe como fez na aprovação da reforma ministerial.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comGuilherme Amado

Você quer ficar por dentro da coluna Guilherme Amado e receber notificações em tempo real?