Ifood diz ao Cade que concorrência de mercado é suficiente no Brasil
A empresa rebateu os argumentos da Rappi, que tenta convencer a autoridade antitruste a quebrar contratos de exclusividade do Ifood
atualizado
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O Ifood está tentando convencer o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a não adotar medidas ainda mais duras contra a empresa. Em documento enviado ao órgão na semana passada, a companhia busca evitar que a autarquia determine a quebra dos contratos de exclusividade que tem com restaurantes por todo o Brasil.
Esse foi o pedido da Rappi, que denunciou o Ifood ao Cade e iniciou o processo administrativo ainda em 2020. O principal argumento da empresa é que a Uber Eats saiu do Brasil devido à concentração do mercado na mão do Ifood, o que levou a um poder de mercado ainda maior da companhia.
O Ifood discorda. Aponta a entrada de diversos novos players no mercado nos últimos anos como uma mostra da concorrência no setor. “O mercado apresenta competitividade acirrada e amplas condições de crescimento e de acesso a restaurantes”, disse a empresa.
“O reposicionamento do Uber Eats leva em consideração a estratégia global do Uber, enquanto as múltiplas entradas de novos players e expansão de números de pedidos observadas nos últimos anos demonstram que não houve qualquer arrefecimento da concorrência”, prosseguiu o documento.
A Ifood pediu ainda que o Cade arquive o processo. Não parece ser essa a intenção da autoridade antitruste, que dois dias após a argumentação do Ifood prorrogou o caso por mais dois meses.