Ibama vai voltar a multar infratores a distância, diz presidente
Desmatamento em fevereiro na Amazônia bateu recorde de alertas para o mês, segundo o Inpe; Ibama promete agir
atualizado
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O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, promete reforçar as ações de fiscalização e prevenção para conter o desmatamento na Amazônia, que bateu recorde de alertas para o mês de fevereiro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (24/2).
Segundo Agostinho, uma das medidas a curto prazo é a retomada das operações remotas, em que as multas e os embargos são feitos a distância.
“Vamos voltar com as operações remotas. Como temos os alertas do Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais] e os polígonos de desmatamento, vamos fazer os embargos a distância”, diz o presidente do instituto.
“É a mesma coisa que quando a pessoa passa em alta velocidade na estrada. O Ibama fazia isso, e no governo passado deixou de fazer.”
Agostinho foi nomeado nesta sexta-feira para o cargo. Ele garante que, no último mês, a “fiscalização voltou com força total”, mas frisa que ainda há um longo caminho a percorrer para que o Ibama volte a ter a estrutura anterior ao governo Jair Bolsonaro.
“O Ibama tem uma estrutura acanhada, 53% do que tinha de estrutura de gente. Chegou a ter 2 mil fiscais, hoje tem em torno de 300 disponíveis para campo. Mas a gente acredita muito que esses números [de desmatamento] vão começar a mudar”, diz Agostinho à coluna.
Ele menciona também medidas que já foram postas em prática, como o novo decreto de multas, editado no início do governo Lula, e a revisão dos despachos de Jair Bolsonaro que estavam levando à prescrição das punições.
“Com a volta da fiscalização e da cobrança das multas, acreditamos muito na possibilidade de reverter esses números.”
O órgão está elaborando também um projeto para reforçar a fiscalização, que será submetido ao Fundo Amazônia para obter financiamento. “É um projeto para criar uma estrutura melhor de fiscalização, com investimento em equipamentos e na parte operacional, fortalecimento de instrumentos de rastreabilidade e dos alertas de desmatamento”, diz o ex-deputado.