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Ibama: paralisação na fiscalização chega a 1.200 servidores

Servidores do Ibama cobram governo Lula por melhorias; “Não tem floresta em pé com servidores no chão”, diz dirigente de associação

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desmatamento amazonia madeira ilegal pacote verde - metrópoles
1 de 1 desmatamento amazonia madeira ilegal pacote verde - metrópoles - Foto: Getty Images

Pelo menos 1.200 servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informaram, até o fim da tarde desta terça-feira (2/1), que vão suspender suas atividades de fiscalização externa. Os funcionários cobram melhorias na carreira e alertam que a paralisação afetará o combate a desmatamentos, incêndios e invasão de terras indígenas.

“A partir de 1º de janeiro de 2024, todos os servidores do Ibama que subscrevem o presente documento concentrarão seus esforços exclusivamente em atividades burocráticas internas”, afirmou o documento encaminhado ao governo federal na última sexta-feira (29/12), e que já foi assinado por 1.200 funcionários do Ibama.

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De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal
Dois anos após o Dia do Fogo, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos
Em 2019, Bolsonaro se envolveu em algumas polêmicas ao ser pressionado sobre as medidas para controlar a situação das queimadas na Amazônia. Na época, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o mês de julho havia registrado aumento de 88% nos incêndios, em comparação com o mesmo período do ano anterior
O presidente da República questionou a veracidade das informações e chegou a afirmar que se o relatório fosse verdadeiro a floresta já estaria extinta. O diretor do instituto, Ricardo Galvão, acabou exonerado por causa da qualidade das informações divulgadas pelo órgão
Bolsonaro chegou a culpar as organizações não governamentais (ONGs) pela situação na floresta. Segundo o presidente, o objetivo era enviar as imagens para o exterior e prejudicar o governo
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A destruição de florestas na Amazônia alcançou um novo e alarmante patamar durante o governo Bolsonaro. O desmatamento no bioma aumentou 56,6% entre agosto de 2018 e julho de 2021, em comparação ao mesmo período de 2016 a 2018

Igo Estrela/Metrópoles
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De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal

Igo Estrela/Metrópoles
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Dois anos após o Dia do Fogo, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos

Igo Estrela/Metrópoles
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Em 2019, Bolsonaro se envolveu em algumas polêmicas ao ser pressionado sobre as medidas para controlar a situação das queimadas na Amazônia. Na época, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o mês de julho havia registrado aumento de 88% nos incêndios, em comparação com o mesmo período do ano anterior

Fábio Vieira/Metrópoles
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O presidente da República questionou a veracidade das informações e chegou a afirmar que se o relatório fosse verdadeiro a floresta já estaria extinta. O diretor do instituto, Ricardo Galvão, acabou exonerado por causa da qualidade das informações divulgadas pelo órgão

Ricardo Fonseca/ASCOM-MCTIC
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Bolsonaro chegou a culpar as organizações não governamentais (ONGs) pela situação na floresta. Segundo o presidente, o objetivo era enviar as imagens para o exterior e prejudicar o governo

Fábio Vieira/Metrópoles
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Diante da polêmica, o governo lançou edital com o intuito de contratar uma equipe privada para monitorar o desmatamento na Amazônia. O presidente também convocou um gabinete de crise para tratar das queimadas e prometeu tolerância zero com os incêndios florestais

Fotos Igo Estrela/Metrópoles
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Porém, durante os três anos de governo de Jair Bolsonaro, as políticas ambientais foram alvo de críticas devido aos cortes orçamentários, desmonte de políticas de proteção ambiental e enfraquecimento de órgãos ambientais

Reprodução
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Em 2020, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o chefe do Executivo voltou a criar polêmicas ao declarar que os incêndios florestais eram atribuídos a "índios e caboclos" e disse que eles aconteceram em áreas já desmatadas. Além disso, Bolsonaro alegou que o Brasil é vítima de desinformação sobre o meio ambiente

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No ano seguinte, Bolsonaro elogiou a legislação ambiental brasileira e o Código Florestal e enalteceu a Amazônia durante a assembleia. Além disso, disse que o futuro do emprego verde estava no Brasil

Agência Brasil
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Em novembro de 2021, o presidente classificou as notícias negativas sobre a Amazônia como “xaropada”. Contudo, de acordo com o Inpe, a área sob risco tem 877 km², um recorde em relação à série histórica

Lourival Sant’Anna/Agência Estado
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Durante um evento de investidores em Dubai, Jair disse que a Amazônia não pega fogo por ser uma floresta úmida e que estava exatamente igual quando foi descoberta, em 1500

Agência Brasil
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Bolsonaro costuma falar com apoiadores no Palácio da Alvorada todos os dias

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Desmatamento na Amazônia

Ernesto Carriço/NurPhoto via Getty Images

O comunicado afirmou que os servidores do Ibama estão há dez anos “em total abandono”, e foram os que mais sofreram assédio durante o governo Bolsonaro. “Aguardamos uma resposta urgente e ações concretas”, seguiu o documento.

Uma das líderes da mobilização é Silvia Nascimento, servidora do Ibama e diretora da Asibama-DF, entidade que representa os funcionários do órgão. Nascimento afirmou que esperava que a carreira fosse valorizada no governo Lula.

“Se colocar na ponta do lápis, não vale o trabalho de fiscalização. Quando a gente volta do campo, temos que compensar o trabalho administrativo, não temos horas extras ou banco de horas. Estamos sem uma reestruturação digna há pelo menos dez anos”, afirmou.

Silvia Nascimento disse ainda que o grupo se reuniu com o Ministério da Gestão em outubro do ano passado, e que desde então o governo não respondeu à proposta dos servidores. A servidora criticou o recente aumento de até 27% dado a carreiras da Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), cujos salários podem chegar a R$ 41 mil.

“O estopim foi a reestruturação das carreiras da PF e PRF no apagar das luzes de 2023. Estamos cansados. Não tem como ter floresta em pé com servidores no chão”.

Procurados, o Ministério da Gestão e o Ibama não responderam. O espaço está aberto a eventuais manifestações.

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