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Hang aportou R$ 6 milhões em projetos da Rouanet nos últimos dois anos

Dono das lojas Havan e apoiador de Jair Bolsonaro, o empresário Luciano Hang fez doações via Lei Rouanet que superam R$ 23 milhões

atualizado

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Luciano Hang depõe na CPI
1 de 1 Luciano Hang depõe na CPI - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Lei Rouanet foi criticada mais uma vez por Bolsonaro nesta semana, mas o mecanismo de financiamento cultural tem sido usado com frequência por um dos principais aliados do presidente. Nos últimos dois anos, o empresário Luciano Hang, dono das Lojas Havan, aportou mais de R$ 6 milhões em projetos autorizados a captar recursos pela legislação.

O total de doações feitas por Hang por meio da Lei Rouanet supera R$ 23 milhões. Empresas que financiam projetos com o mecanismo podem abater parte do valor investido do imposto de renda.

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O empresário Luciano Hang, 48, nascido no Vale do Itajaí, é dono da rede de lojas Havan.
Em 2018, durante as eleições, o empresário publicou vídeo no Facebook para anunciar o apoio ao, na época, candidato à presidência Jair Bolsonaro. Contudo, para pedir votos, ele pagou para impulsionar o vídeo, o que é considerado ilegal pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Ele acabou sendo condenado pelo TSE a pagar R$ 2 mil pela propaganda irregular
Na época, o catarinense chegou a gravar outro vídeo ameaçando os funcionários da rede. Segundo ele, se Bolsonaro perdesse, 15 mil colabores das lojas Havan seriam demitidos
Vestido de terno verde com gravata amarela, Luciano se apresentou em live, ao lado do já presidente Bolsonaro, como “véio da Havan”, em 2019
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O empresário Luciano Hang, 48, nascido no Vale do Itajaí, é dono da rede de lojas Havan.

Orlando Brito
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Em 2018, durante as eleições, o empresário publicou vídeo no Facebook para anunciar o apoio ao, na época, candidato à presidência Jair Bolsonaro. Contudo, para pedir votos, ele pagou para impulsionar o vídeo, o que é considerado ilegal pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

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Ele acabou sendo condenado pelo TSE a pagar R$ 2 mil pela propaganda irregular

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Na época, o catarinense chegou a gravar outro vídeo ameaçando os funcionários da rede. Segundo ele, se Bolsonaro perdesse, 15 mil colabores das lojas Havan seriam demitidos

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Vestido de terno verde com gravata amarela, Luciano se apresentou em live, ao lado do já presidente Bolsonaro, como “véio da Havan”, em 2019

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O empresário bolsonarista se intitulava como patriota, dizia que o governo estava 100% no caminho certo e que assinava embaixo de todas as decisões do presidente

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Com a saída de Sérgio Moro do governo, Luciano afirmou estar decepcionado e disse que não tinha político e nem partido de estimação

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Em 2020, a ex-presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa afirmou que Jair Bolsonaro efetuou uma série de interferências no órgão – incluindo a demissão dela – para atender interesses de Hang

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Após declaração do presidente, Luciano negou que teria pedido para o Bolsonaro interferir no Iphan por conta dele. Poucos meses depois, o dono da Havan também afirmou que não era bolsonarista, "como dizem"

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Hang era suspeito de financiar uma milícia digital que estaria a serviço de Bolsonaro desde a campanha de 2018. O empresário também teve a conta no Twitter bloqueada em 2020, após inquérito que investigava a disseminação de fake news e ameaças contra ministros da corte

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No final de 2020, a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) pediu quebra de sigilo bancário e fiscal de Luciano Hang por disparo em massa de mensagens no WhatsApp para favorecer a campanha do então candidato Jair Bolsonaro em 2018

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Em setembro de 2021, Luciano Hang prestou depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPI) sob a suspeita de integrar o chamado gabinete paralelo formado por médicos e empresários que teriam aconselhado Bolsonaro na condução da pandemia da Covid-19

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O dono da Havan, Luciano Hang, afirmou que cogita se candidatar nas eleições de 2022 para concorrer ao Senado Federal. O empresário também disse que o rótulo de aliado do Bolsonaro é usado de forma pejorativa e que não apoia tudo o que o presidente faz

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O empresário contribuiu com 266 ações culturais, sendo a maioria proveniente de Santa Catarina. Entre elas, estão doações de R$ 240 mil para a produção do CD e do DVD do cantor Cesar Santoro e de outros R$ 250 mil para um documentário sobre a vitória de Luiz Henrique da Silveira na eleição de 2002 para o governo catarinense.

Segundo o sistema de consulta da Lei Rouanet, o prazo de captação para o documentário já foi renovado três vezes, enquanto o cantor Cesar Santoro teve o prazo de captação para o seu projeto estendido por quatro vezes. As últimas autorizações foram concedidas no início deste ano.

Em dezembro, a coluna mostrou que produtores culturais enfrentavam dificuldades no fim do ano passado para conseguir renovar a autorização para captar recursos. Há uma desconfiança geral de que Mario Frias age de forma intencional para impedir as renovações ao não analisar os projetos.

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