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Guerra na recondução de nome do governo Bolsonaro ao Serviço Geológico

Diretor foi indicado para ser reconduzido em diretoria do Serviço Geológico do Brasil; empregados apontam irregularidades na sua gestão

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Geóloga da SGB trabalhando
1 de 1 Geóloga da SGB trabalhando - Foto: Divulgação

As entidades de empregados ligados ao Serviço Geológico do Brasil (SGB) enviaram uma carta aos integrantes do Conselho de Administração do órgão pedindo que o diretor de administração e finanças, Cassiano de Souza Alves, não seja reconduzido ao cargo. O tempo dele no posto venceu em fevereiro deste ano. A reunião está marcada para as 17h desta terça-feira (15/10).

Cassiano foi indicado em 2019 para o cargo pelo governo Jair Bolsonaro, e foi o nome escolhido pelo Ministério de Minas e Energia para ser reconduzido.

“A manutenção de uma gestão marcada por falhas estruturais e iniciativas de eficácia questionável não reflete, em nossa opinião, os interesses estratégicos da empresa, tampouco dos colaboradores que aqui desempenham suas atividades”, disse trecho da carta dos empregados enviada ao conselho.

A resistência ao nome de Cassiano começou após mudanças propostas por ele, que, segundo os funcionários, geraram prejuízos à SGB. Quando assumiu o cargo, ele assinou um Termo de Execução Descentralizada (TDE) com o Cefet-MG para a reestruturação da SGB.

No entanto, um dos consultores contratados para fazer o trabalho foi o professor da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Henrique de Souza Bermejo, que se envolveu em um escândalo de desvio de verba da entidade. O caso resultou em uma operação da Polícia Federal, chamada Klopês.

O caso, noticiado pelo Metrópoles, envolvia desvio de verbas de projetos financiados pela Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), entidade credenciada como fundação de apoio à UnB, e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Bermejo foi apontado pela PF como tendo desviado R$ 65 mil de pesquisas para instalar persianas em sua mansão. Na ocasião, o Metrópoles procurou o professor pelo e-mail profissional do docente para que ele comentasse as acusações, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

A parceria foi alvo de uma auditoria interna, que apontou irregularidades na prestação de contas. Entretanto, segundo os empregados, Cassiano, sem aprovação, implementou “células de execução orçamentária e financeira, que consumiram vultosos recursos da empresa”.

O Conselho de Administração é formado por dois indicados do Ministério de Minas e Energia, um do Ministério da Gestão, Inovação e Serviços Públicos, pelo presidente da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, por um representante dos empregados e por um membro independente.

O SGB, por meio de nota, afirmou que “a empresa, do ponto de vista institucional, não comenta assuntos internos que são demandas dos empregados”. E que reafirma o “compromisso com a transparência e a condução de todos os processos em conformidade com as normas legais e institucionais vigentes”.

(Atualização às 10h de 24 de outubro de 2024. Cassiano de Souza Alves enviou a seguinte nota à coluna “Repudio todas as acusações a mim imputadas. Minha gestão frente ao Serviço Geológico do Brasil, empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia, é marcada pela transparência.

Sobre a citação à contratação do CEFET-MG, contrariamente ao que foi publicado, as suspeitas foram apuradas e os processos arquivados. A execução dos trabalhos e suas prestações de contas respectivas foram auditadas tanto pela Auditoria Interna como pela Controladoria-Geral da União e, consequentemente, arquivadas. Concluiu-se pela regular conclusão do projeto e das prestações de contas e recomendou-se aprimoramento de normativos internos. Os documentos são públicos, inclusive.

Mais uma correção se faz urgente: não tenho qualquer relação de parentesco com o Prof. Paulo Henrique de Souza Bermejo.

Imperativo esclarecer que trabalho no serviço público há mais de 30 anos. Exerço cargos do governo federal desde 2014, tendo atuado em vários governos diferentes. Minhas relações com políticos ocorrem no plano técnico-profissional. Meu compromisso é com o serviço público brasileiro”.)

 

(Atualização às 8:55 de 16 de outubro de 2024. Paulo Henrique de Souza Bermejo enviou a seguinte nota à coluna: “Esclareço que não possuo qualquer vínculo de parentesco com o Diretor Cassiano de Souza Alves. Minha participação no projeto se deu unicamente em virtude da minha experiência e especialização no tema, com resultados amplamente reconhecidos.

O projeto, longe de ter causado qualquer prejuízo, foi finalizado com êxito, recebendo aprovação do Conselho de Administração do SGB, da Diretoria Executiva e da Associação de Representantes dos Empregados. As alegações de prejuízo são infundadas e todas as contas foram devidamente auditadas e validadas pela Auditoria do SGB e pela Controladoria Geral da União (CGU).

Em relação à acusação de desvio de verbas, trata-se de mais uma falácia decorrente de perseguição política apartidária. A denúncia que motivou a Operação Klopês é falsa, caluniosa e desprovida de qualquer fundamento. Tanto o Tribunal de Contas da União (TCU) quanto a CGU realizaram investigações independentes e, por unanimidade, decidiram pela recusa integral da denúncia e pelo completo arquivamento do caso.

Reafirmo que minhas ações como servidor público sempre foram pautadas pela seriedade, dedicação e compromisso com a transparência e integridade, em estrito cumprimento às normas vigentes”).

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