Guedes cede à pressão e entra em campanha, mas em círculos reservados
Coordenação da campanha de Bolsonaro vinha pressionando Paulo Guedes a exercer um papel mais ativo na tentativa de reeleger o presidente
atualizado
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, cedeu à pressão dos coordenadores da candidatura de Bolsonaro e entrou no corpo a corpo da campanha pela reeleição. Até agora, a atuação do ministro estava restrita à geração de medidas econômicas de caráter eleitoral, muitas delas contrárias à agenda da pasta.
A atuação de Guedes está voltada para espaços reservados, como as palestras que o ministro deu nesta quinta-feira (1/9) no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Em São Paulo, Guedes adotou tom de campanha ao discursar em um evento do Instituto Unidos Brasil, que reúne empresários simpáticos ao governo e que defendem a desoneração da folha de pagamento.
Guedes disse que países sul-americanos governados por líderes de esquerda estão com as economias colapsadas e afirmou que a paternidade do auxílio de R$ 600 é de Bolsonaro, e não do Congresso. Ele ainda respondeu a uma pergunta dizendo que não trabalha com a possibilidade de Bolsonaro não se reeleger.
O ministro evitou tocar em temas espinhosos e que já lhe renderam problemas no passado, como a volta da CPMF. Ao tratar da proposta central do evento, Guedes declarou que os empresários conheciam as ideias do governo, mas que poderiam “esquecer” a discussão sobre a desoneração da folha durante o período eleitoral.
Antes da fala de Guedes, os presidentes da Confederação Nacional de Serviços (CNS), Luigi Nese, e do Grupo Guararapes, Flávio Rocha, defenderam a criação de um imposto nos moldes da CPFM.