Grupo pede federalização de investigação da chacina do Jacarezinho
Pedido ao MPF será feito para que investigação da chacina do Jacarezinho seja desarquivada e investigada pela esfera federal
atualizado
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A Rede de Atenção a Pessoas Afetadas pela Violência de Estado irá pedir ao Ministério Público Federal, nesta quarta-feira (26/6), que a investigação da chacina do Jacarezinho seja desarquivada e investigada pela esfera federal. O documento será entregue em uma reunião com o procurador da República Eduardo Benones.
Benones é autor de um procedimento no MPF que se propôs a investigar casos de violência policial após a Polícia Federal apontar, em março deste ano, uma obstrução institucional na investigação do assassinato de Marielle Franco. O grupo, portanto, pediu ao procurador a investigação de assassinatos que tiveram como autores policiais e foram arquivados ou estão estagnados na Justiça.
Além da chacina do Jacarezinho, o grupo, formado por movimentos de mães e familiares de vítimas da violência de Estado, pede também a federalização de outros casos de violência policial. Entre os pedidos estão o assassinato de um mototaxista na Cidade de Deus, em 2018, e a execução de uma testemunha de duas mortes de adolescentes em operações policiais, em 2023.
Dez de treze investigações das 28 mortes que aconteceram na chacina do Jacarezinho, em maio de 2021, foram arquivadas. As outras três restantes encontram-se estagnadas na Justiça do Rio de Janeiro até hoje.
Um dos argumentos para a federalização das investigações da chacina do Jacarezinho, além do descaso das instituições fluminenses, é que, a operação, que matou 26 pessoas, aconteceu já durante o período da ADPF 635. Conhecida como ADPF das Favelas, a ação, que tramita no Supremo Tribunal Federal, passou a limitar, desde 2020, operações policiais em favelas com objetivo de diminuir a letalidade policial.
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