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Governo destina verba a instituto presidido por pai de líder da base

O Ibam é presidido pelo jurista Edvaldo Brito, pai do deputado Antonio Brito, e recebeu R$ 251 mil do Ministério das Mulheres

atualizado

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Ricardo Stuckert/PR
O presidente Lula assina decreto ao lado da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves
1 de 1 O presidente Lula assina decreto ao lado da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O Ministério das Mulheres destinou R$ 251.683 para um instituto presidido pelo pai do líder do PSD na Câmara, o deputado Antonio Brito. O partido comanda três ministérios e integra a base do governo Lula no Congresso. Tanto a pasta quanto o instituto alegam que os recursos partiram de emenda da deputada Benedita da Silva, do PT do Rio de Janeiro.

O Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) tem o jurista Edvaldo Brito à frente do Conselho de Administração. Edvaldo, que também é vereador pelo PSD de Salvador, é um aliado de longa data de Lula. Em 2003, no primeiro mandato como presidente, o petista tinha decidido indicá-lo ao STF, mas Edvaldo já havia completado 65 anos e não poderia ocupar um assento na Suprema Corte.

O Ministério das Mulheres é comandado pela petista Cida Gonçalves. Segundo publicação divulgada na quinta-feira (21/9) no Diário Oficial, a verba custeará um programa do Ibam sobre “o exercício da vereança no estado do Rio de Janeiro e os desafios para as candidaturas femininas”.

O Portal da Transparência aponta que o Ibam recebeu R$ 6,1 milhões da administração federal desde 2014, mas é a primeira vez que o governo Lula efetua um repasse para o instituto.

Procurado pela coluna, o Ibam informou que o programa dá sequência a outros projetos semelhantes e que os recursos são vinculados a uma emenda orçamentária de Benedita da Silva. “Não há qualquer relação com o deputado Antonio Brito”, disse o instituto.

A entidade declarou que não tem vínculo partidário, conforme determina o seu estatuto, e que o programa custeado com verba pública será voltado para o crescimento da participação feminina nas atividades governamentais, com foco na mentoria política de mulheres do Rio de Janeiro que têm interesse em disputar as eleições de 2024. O projeto terá um ano de duração, segundo o instituto.

“A parceria do ministério com o Ibam é decorrente dos bons resultados obtidos no desenvolvimento dos projetos anteriores, confirmando o respeito que este instituto acumulou no decorrer de sua existência mediante acordos com os governos federal, estaduais e municipais”, afirmou o Ibam.

O Ministério das Mulheres declarou que a emenda de Benedita da Silva era impositiva e ressaltou que o Poder Executivo “deve, necessariamente, executar e fiscalizar as programações financeiras e o cumprimento do objeto, conforme legislação nacional”.

O deputado Antonio Brito havia viajado com a delegação presidencial para Nova York e não respondeu aos questionamentos da coluna.

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metropoles.comGuilherme Amado

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