Governo tem “vitória com gosto de derrota” na CPMI do 8 de janeiro
Governistas aprovaram o plano de trabalho da relatora, mas saíram frustrados com o atraso no cronograma das audiências na CPMI do 8/1
atualizado
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A base governista deixou a primeira sessão da CPMI do 8 de Janeiro com uma “vitória com gosto de derrota”, como definiu uma liderança ligada ao Planalto. O plano de trabalho da relatora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, foi aprovado por 18 votos a 12, mas um erro da senadora atrasou o cronograma estipulado pelo governo.
O plano da ala governista era iniciar os depoimentos de testemunhas na próxima semana, o que dificilmente ocorrerá. A análise das convocações e dos requerimentos de informações ficou para a terça-feira (13/6) e deve se estender para a sessão seguinte, marcada para o dia 15.
Os primeiros depoimentos são considerados fundamentais para o governo controlar a narrativa que a CPMI passará ao público. A tese dos bolsonaristas consiste em acusar o governo federal de omissão e em atribuir o vandalismo aos prédios públicos a infiltrados de esquerda.
A estratégia governista de ter já na semana que vem os depoimentos não funcionou porque os primeiros requerimentos teriam de ser aprovados na sessão desta terça (6/6). A votação foi adiada após a oposição aproveitar uma brecha regimental para contestar o plano de trabalho da relatora.
O erro de Eliziane Gama foi incluir os requerimentos como anexos ao plano de trabalho. A oposição alegou que os anexos não faziam parte do documento e que não teve 48 horas para analisá-los antes da sessão desta terça.
Diante do imbróglio, os governistas fizeram um acordo com a oposição para garantir apenas a votação do plano de trabalho. A negociação foi selada com a sessão da CPMI em andamento, em uma sala anexa ao plenário.