Governo reedita censura via Ministério da Justiça ao proibir filme
Bolsonaro reviveu prática de censura no MJ extinta há mais de 30 anos com o fim da Divisão de Censura de Diversões Públicas
atualizado
Compartilhar notícia
Mais de 30 anos após o fim da Divisão de Censura de Diversões Públicas, órgão subordinado à Polícia Federal e que era encarregado da censura até 1988, o governo Bolsonaro reativou a prática dentro do Ministério da Justiça, desta vez na Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor.
O governo que se alvoroça para dizer que as plataformas não podem excluir postagens agressivas ou com informações erradas que ameacem a saúde pública tomou a decisão administrativa de mandar Netflix, Globo, Google (YouTube), Amazon e Apple suspenderem a exibição do filme “Como se tornar o pior aluno da escola“, que tem roteiro de Danilo Gentili e no qual Fábio Porchat interpreta um pedófilo.
A determinação deverá ser cumprida em cinco dias após a ciência da decisão, sob pena de multa diária de R$ 50 mil em caso de não cumprimento.
A Secretaria de Consumidor não tem, claro, mandato para isso. Foi um jeito que o ministro da Justiça, Anderson Torres, encontrou para agradar a base evangélica do presidente.