Governo recua em nomeação de ex-alvo do STF para conselho da Palmares
Emerson Barros ficou preso e usou tornozeleira eletrônica por ordem do STF; indicação partiu de Sérgio Camargo, presidente da Palmares
atualizado
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O governo Bolsonaro recuou e cancelou nesta segunda-feira (17/1) a nomeação de um ativista bolsonarista que ficou preso em 2020 por ordem do STF no inquérito dos atos antidemocráticos. Emerson Barros, que se intitula “Mito Show”, havia sido escolhido na última quarta-feira (12/1) para integrar o Conselho Fundador da Fundação Palmares, a pedido de Sérgio Camargo, presidente da fundação.
A decisão foi tomada pelo ministro do Turismo, Gilson Machado, que havia assinado as nomeações na semana passada.
Como representante da “comunidade afro-brasileira”, Emerson Barros teria poder para aprovar relatórios, propostas e orçamentos da Palmares até 2025. O cargo não era remunerado. Outra integrante do colegiado seria Sandra Terena, ex-secretária de Damares Alves e mulher do ativista bolsonarista Oswaldo Eustáquio. Terena havia sido escolhida para a cadeira de comunidades indígenas.
Emerson “Mito Show” ficou preso por dez dias em junho de 2020 no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, quando militava no grupo extremista 300 do Brasil. Depois, usou tornozeleira eletrônica por seis meses. Emerson foi o criador do jingle “Força, capitão”, que Jair Bolsonaro usou durante a campanha de 2018.