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Governo premiou Corregedoria da Caixa, que escondeu casos de assédio

Governo Bolsonaro premiou suposta punição a agentes públicos; ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães é investigado por assédio sexual

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Pedro Duarte Guimarães presidente da caixa economica federal no governo Jair Bolsonaro
1 de 1 Pedro Duarte Guimarães presidente da caixa economica federal no governo Jair Bolsonaro - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Mesmo tendo ocultado de uma conselheira da Caixa denúncias de assédio contra Pedro Guimarães, a Corregedoria da estatal foi premiada quatro vezes pelo governo Bolsonaro, inclusive por supostamente ser ágil na punição de agentes públicos que cometeram irregularidades.

Em entrevista à coluna em junho, Maria Rita Serrano, integrante do Conselho de Administração da Caixa, afirmou que havia questionado em 2020 a Corregedoria sobre denúncias contra Pedro Guimarães. O órgão negou ter recebido relatos. As denúncias contra Guimarães, entretanto, começaram a ser feitas ainda em 2019, no primeiro ano do governo Bolsonaro.

Após a demissão de Guimarães, o banco tirou a Corregedoria do controle da Presidência da empresa e demitiu auxiliares do bolsonarista. O ex-presidente da Caixa é investigado pelo Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho e Tribunal de Contas da União.

No ano passado, a Caixa recebeu o prêmio de terceiro lugar na categoria “responsabilização de agentes públicos” do Concurso de Boas Práticas da Rede de Corregedorias. A homenagem é promovida pela Controladoria-Geral da União (CGU). A estatal também foi homenageada com o segundo lugar na categoria “responsabilização de entes privados” e com o terceiro por “inovação”. Em 2020, a Caixa já havia sido agraciada com o primeiro lugar na categoria “inovação”.

Em dezembro de 2021, a Caixa fez um comunicado ao mercado para comemorar as condecorações: “Todos esses reconhecimentos expressam os esforços de uma gestão comprometida com a governança, transparência e integridade”.

O discurso oficial contrasta com a rotina de assédios na Caixa sob Guimarães, indicado para comandar o banco desde o primeiro dia do governo Bolsonaro. Nesse mandato, houve uma explosão de denúncias de assédio moral e sexual no banco.

Segundo documentos obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, de 2019 a julho de 2022, a Corregedoria recebeu 883 relatos de assédio moral, e 205 de assédio sexual. De 2015 a 2018, por exemplo, foram 332 de assédio moral, e seis de assédio sexual.

Em junho deste ano, a coluna de Rodrigo Rangel mostrou que cinco funcionárias denunciaram o então presidente da Caixa, Pedro Guimarães, por assédio moral e assédio sexual. Pelo menos uma das acusações de assédio moral foi engavetada.

 

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metropoles.comGuilherme Amado

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