Governo Lula atende PSol e interrompe venda de armas para o Peru
Lula acatou o pedido de uma deputada do PSol sobre o Peru e interrompeu a exportação de armas durante o período de instabilidade
atualizado
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O governo Lula decidiu interromper a venda de armas letais para o Peru enquanto não cessar o período de instabilidade política e social no país vizinho. A informação foi confirmada pelo chanceler Mauro Vieira.
A decisão partiu de um ofício apresentado pela deputada Fernanda Melchionna, do PSol do Rio Grande do Sul. Ela disse ao Itamaraty e ao Ministério da Defesa que as forças de segurança peruanas estavam usando munições brasileiras para reprimir as manifestações contra a deposição do presidente Pedro Castillo. Melchionna afirma que a atual presidente do Peru é “golpista”.
“Levei isso ao presidente. Não vamos vender mais armas ao Peru. As armas que estão lá foram vendidas há três anos”, declarou o chanceler, durante audiência na Câmara, na quarta-feira (24/5). “Nesse momento não há nenhum pedido [do Peru por armas]. Isso foi feito há um tempo, e enquanto a situação perdurar não existirá essa exportação.”
A decisão se refere ao governo do Peru. Na iniciativa privada, porém, empresas peruanas também compram armas brasileiras. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços informa que foram exportados R$ 1,44 milhão em armas de fogo e munição ao país, entre janeiro e abril deste ano. No ano passado, as vendas totalizaram R$ 6,5 milhões.
Mais de 50 peruanos morreram em protestos contra a deposição de Pedro Castillo da Presidência, em dezembro do ano passado. O ex-presidente foi preso após a Suprema Corte do Peru considerar que ele tentou praticar um autogolpe.
A Presidência do Peru é ocupada atualmente por Dina Boluarte, vice na chapa que elegeu Castillo. O Ministério Público intimou Boluarte a depor, na próxima quarta-feira (31/5), em uma investigação que apura a responsabilidade da presidente nas mortes dos manifestantes.