Governo federal havia apontado risco em áreas onde 18 morreram no RS
Ciclone deixou 18 mortos no RS em Muçum, Estrela e Encantado; governo federal havia mapeado 10,6 mil pessoas em risco nessas cidades
atualizado
Compartilhar notícia
Há duas semanas, o governo federal havia mapeado 10,6 mil pessoas em áreas com risco de desastre natural em três cidades gaúchas onde, nesta semana, morreram 18 pessoas por causa do ciclone extratropical que atingiu o estado. Ao todo, 41 pessoas foram mortas e outras 46 estão desaparecidas no Rio Grande do Sul.
Os dados foram reunidos pelo Serviço Geológico do Brasil, ligado ao Ministério de Minas e Energia, no último dia 25. O ciclone começou a deixar desabrigados no Rio Grande do Sul em 4 de setembro.
Muçum (RS) é a cidade com o quadro mais dramático, com 15 mortos e 30 desaparecidos. No fim do mês passado, o governo federal havia identificado nove áreas de risco alto no município: cinco com risco de inundação, três de deslizamento, e uma de erosão. Ao todo, 1,3 mil pessoas estavam em risco, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil.
Estrela (RS), com duas mortes, tem 15 áreas de risco, sendo dez de risco muito alto. São 13 riscos de inundação, e dois de erosão. Saldo total reunido pelos técnicos do governo federal: 5,1 mil pessoas em áreas de risco.
Em Encantado (RS), uma pessoa morreu. Naquela cidade, o Serviço Geológico do Brasil havia rastreado 15 áreas de risco, incluindo dez de risco muito alto. São 13 áreas com perigo de inundação, e outras duas de erosão. O governo federal registrou 5,1 mil pessoas vivendo em área de risco.
Procurado, o governo do Rio Grande do Sul não respondeu. O espaço está aberto a eventuais manifestações.
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, irá ao Rio Grande no domingo (10/9) com ministros. O governo anunciou que repassará R$ 800 para cada pessoa atingida pelo ciclone no estado.
(Atualização às 16h23 de 10 de setembro de 2023: Em nota, o governo do Rio Grande do Sul afirmou que encaminha devidamente os alertas do governo federal e usa diversas tecnologias para monitorar riscos climáticos no estado. “Todos esses sistemas buscam o atendimento à comunidade gaúcha com o objetivo de evitar e minimizar os danos provocados por eventos climáticos extremos e garante que está em constante busca por melhorias para dar maior previsibilidade à população”, afirmou, completando: “Quando são identificadas condições que ofereçam risco, são elaborados alertas, levando-se em consideração a severidade de cada evento adverso”. O governo disse que, desde o último dia 28, “produziu e enviou 20 boletins, três avisos hidrometeorológicos e 19 alertas que geraram mensagem via SMS à população”.)