Governo deixa vencer multa milionária de invasor de terra indígena
Sob Bolsonaro, Ibama deixou vencer cobrança de R$ 6 milhões de agropecuarista que invadiu terra indígena e desmatou na Amazônia
atualizado
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Durante o governo de Jair Bolsonaro, o Ibama deixou prescrever multa de R$ 6 milhões que havia sido aplicada pelo Ibama ao agropecuarista Jair Roberto Simonato. Documentos do Ibama mostram que a infração é referente a desmatamento de 14 mil hectares de mata nativa dentro da reserva Amazônia Legal, no município de Costa Marques, em Rondônia.
A Superintendência estadual do Ibama emitiu o ato de infração em 25 de outubro de 2004, em um processo que se arrastou por meio de recursos. O governo declarou a prescrição em 26 de abril de 2021.
O Ibama também estipulou multa de R$ 15,4 milhões a Simonato, em 2017, por ter impedido a regeneração de 3 mil hectares dentro da terra indígena Kayabi, no município de Apiacas, no Mato Grosso, também na região amazônica. Esse processo ainda está correndo.
Outras duas multas, que somam mais de 1 milhão, dizem respeito ao descumprimento do embargo de atividade pecuária no mesmo território indígena e ao fato de o empresário ter apresentado “informação enganosa nos sistemas oficiais de controle de defesa de sanitária animal”.
Simonato também foi condenado a pagar multa por transportar madeira em toros, sem licença válida para todo o tempo da viagem. A multa, de R$ 7 mil, já foi considerada prescrita.
Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, o Ibama não se manifestou. A coluna não conseguiu contato com Simonato. O espaço está aberto a manifestações.
Atual presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim foi nomeado no início da gestão Bolsonaro pelo presidente e pelo então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.