O governo decidiu ignorar as críticas que o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, tem feito ao governo Lula. Zonshine deu uma entrevista dizendo que não via empenho do governo Lula para ajudar a libertar os reféns que estão com o Hamas. Na semana passada, ele havia criticado o que chamou de “falta de sensibilidade” do governo.

No Itamaraty, a avaliação é que não vale a pena responder ao embaixador. O Brasil segue com canal aberto com Israel e mesmo com a embaixada. Caso o embaixador tivesse uma resposta, a coisa escalaria e poderia virar uma crise.

A resposta mais dura ao embaixador, até agora, veio da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. A deputada disse em uma nota divulgada pelo partido que Zonshine “não tem autoridade moral para falar de direitos humanos”.

A nota, assinada também pelo secretário de Relações Internacionais, Romênio Pereira, foi uma reação a uma crítica que o embaixador dirigiu ao PT, sobre um posicionamento divulgado ontem pela legenda, sobre o conflito entre Israel e o Hamas. Eis a declaração de Zonshine que fez Hoffmann reagir:

“É muito lamentável que um partido que defende os direitos humanos compare a organização terrorista Hamas, que vai de casa em casa para assassinar famílias inteiras, com o que o governo israelense está fazendo para proteger os seus cidadãos”.