Governistas querem na CPI comandante do Exército demitido por Lula
Lindbergh Farias afirmou que deputados governistas querem convocar o ex-comandante do Exército Julio Arruda, demitido por Lula
atualizado
Compartilhar notícia
O deputado Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, afirmou em entrevista à coluna nesta terça-feira (25/4) que o ex-comandante do Exército Julio Arruda, demitido por Lula em fevereiro, terá que ser convocado a prestar depoimento na CPMI do 8 de janeiro.
O general foi exonerado por Lula no dia 21 de janeiro por uma crise na confiança. Além de ter protagonizado discussões com o ministro da Justiça, Flávio Dino, Arruda também resistiu a exonerar o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, do 1º Batalhão de Ações e Comandos, o 1º BAC, uma das unidades do Comando de Operações Especiais do Exército.
Além de Arruda, os parlamentares querem ouvir também o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto. Farias alega que o principal motivo para a convocação do general é a reunião que ele teve com o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Anderson Torres, dias antes dos ataques terroristas às sedes dos três poderes.
Dutra de Menezes foi o general que defendeu na noite do 8 de janeiro que não fosse desmontado o acampamento e, segundo relatos de policiais à Corregedoria da Polícia Militar do DF, o general disse que, caso a Polícia Militar levasse à frente o desmonte naquela noite, haveria um “banho de sangue”.
Segundo Lindbergh, a base governista planeja convocar também Anderson Torres, que é considerado, segundo o deputado petista, “um elo frágil” entre o 8 de janeiro e Jair Bolsonaro, por supostamente cogitar fazer uma delação contra o ex-presidente.
O ex-chefe do GSI General Heleno e o ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro, Walter Braga Netto, também são nomes no radar dos governistas para depor na CPMI.
Farias defendeu que, em um primeiro momento, Bolsonaro não seja convocado, “para não dar palanque” ao ex-presidente.
O deputado considera que Bolsonaro deve ser convocado mais para o fim da CPMI, quando as investigações estiverem avançadas e possivelmente haja provas de sua ligação com a tentativa de golpe.