Gol deve R$ 860 milhões ao governo federal em tributos e FGTS
No processo de recuperação judicial nos EUA, Gol afirmou que deve R$ 860 milhões em impostos recolhidos dos salários dos funcionários
atualizado
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A Gol deve pelo menos R$ 860 milhões ao governo federal em tributos e contribuições sobre a folha de pagamento de seus funcionários. A informação foi citada pela empresa no último dia 25 no processo de recuperação judicial da companhia aérea, que tramita nos Estados Unidos.
O valor, equivalente a US$ 174 milhões de débitos acumulados até a semana passada, inclui descontos nos salários dos funcionários que são recolhidos aos cofres públicos. Estão nessa lista descontos de imposto de renda e pagamentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e Previdência Social.
A Gol afirmou no processo judicial que é “obrigada por lei a reter dos salários e vencimentos dos funcionários determinados montantes relacionados com impostos sobre o rendimento, impostos sobre a segurança social e outros impostos, e a remeter os mesmos às autoridades fiscais apropriadas”.
Com dívidas estimadas em R$ 20 bilhões, a Gol teve o pedido de recuperação judicial aceito pelo Tribunal de Falências de Nova York na semana passada. Como resultado, credores ficam impedidos de cobrar bens da empresa. A expectativa é que a companhia aérea receba um financiamento da ordem de US$ 950 milhões, o que corresponde a R$ 4,7 bilhões.
Na última segunda-feira (29/1), a Gol perdeu cerca de um terço do valor na B3, a bolsa de valores de São Paulo. A queda aconteceu horas antes de a B3 informar que excluirá as ações da Gol do Ibovespa. Trata-se de uma praxe durante processos de recuperação judicial.
Procurada, a Gol afirmou que contraiu as dívidas durante a pandemia e que o governo federal da época, sob Jair Bolsonaro, não ajudou o setor com refinanciamentos. A firma disse ainda que fez as contribuições sobre a folha de pagamento dos funcionários de forma parcelada. Leia o comunicado da empresa na íntegra:
“A Gol informa que os valores citados se referem a dívidas contraídas no período da pandemia. O Brasil, comparado com os países da região, ainda mais com Europa e Estados Unidos, foi o único país que não teve ajuda de refinanciamento por parte do governo neste período. A companhia reforça que não realizou demissões em massa naquele período e que não deixou de arcar com tributos sobre a folha de pagamento de seus colaboradores, tendo realizado tais contribuições de maneira parcelada, até a presente data”.