Gleisi cobra ministro de Minas e Energia: “Estelionato eleitoral, não”
“Tem que seguir o governo”, diz Gleisi Hoffmann, em críticas a Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia
atualizado
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A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, por ter escolhido nomes indicados pelo Centrão para o Conselho de Administração da Petrobras, preterindo nomes sugeridos pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates. Em entrevista à coluna, nesta quarta-feira (1/3), a petista cobrou que Silveira não cometa “estelionato eleitoral” e entenda que a Petrobras, na visão do governo, deverá cumprir promessas de Lula na campanha.
“Ele [Alexandre Silveira] é o ministro de Minas e Energia. Ele não pode colocar um conselheiro que seja contra o que o presidente falou na campanha. Estelionato eleitoral não pode, não”, disse Hoffmann, completando: “Os indicados do governo têm que seguir o governo. Isso vai ser um problema do ministro”.
Nesta semana, Silveira derrubou as indicações de Jean Paul Prates ao Conselho de Administração da estatal e, no lugar, apontou nomes sugeridos pelo Centrão.
Silveira tirou da relação de indicados ao colegiado dois nomes sugeridos por Prates: o presidente da Fiesp, Josué Gomes, e o economista Eduardo Moreira.
Na entrevista, Hoffmann disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “está correto no papel dele”, mas “é do PT e implementará o que Lula definir”. A petista também defendeu que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, peça demissão ou seja demitido por Lula com a chancela do Senado.
Leia abaixo este trecho da entrevista com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann e, ao fim do texto, assista ao vídeo com a toda a primeira parte da conversa.
Qual sua opinião sobre as novas indicações ao Conselho de Administração da Petrobras, feitas pelo ministro Alexandre Silveira, seguindo indicações do Centrão?
Penso que os indicados do governo têm que seguir o governo. Isso vai ser um problema do ministro Alexandre Silveira. Quem tem que entregar resultado é ele. Ele é o ministro de Minas e Energia. Ele não pode colocar um conselheiro que seja contra o que o presidente falou na campanha. Estelionato eleitoral não pode, não. Não vai ser um ministro que vai fazer isso. Temos que ser firmes. Nós dissemos na campanha, o presidente disse que vai mudar a política de preço da Petrobras. Não tem por que ter essa política de dolarização. Não tem por que pagar esses dividendos. Em dois anos são R$ 280 bilhões pagos em dividendos. Quantos investidores a Petrobras tem? São 800 mil ou 900 mil? Isso é um tapa na cara de mais de 200 milhões de brasileiros que pagam gasolina alta, que pagam diesel alto, para colocar dividendo, para colocar lucro. Ninguém está dizendo que não tem que ganhar, tem que ser remunerado, mas não desse jeito. Isso é escorchante. Então tem que mudar. Quem for para a Petrobras, do Conselho, da diretoria, tem que saber isso. Ganhou um presidente da República que falou isso na sua campanha, não pode continuar uma política dessa. É extorsiva. Se tivermos combustível barato, teremos mais competitividade. Isso tem impacto no preço das coisas.
Colaboraram Natália Portinari, Edoardo Ghirotto e Beatriz Souza.