Gasto para baixar combustível é o dobro da equalização do Plano Safra
Governo Bolsonaro busca agradar caminhoneiros cortando impostos, mas, com a imposição de juros altos, pode contrariar ruralistas
atualizado
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O valor que o governo Bolsonaro gastará para reduzir o preço dos combustíveis é mais do que o dobro do previsto para a equalização de juros do Plano Safra 2022/2023, que ainda está em negociação. De olho na eleição, o Planalto espera agradar aos caminhoneiros, tentando cortar impostos nas bombas de combustível, mas, com a imposição de juros altos, pode contrariar o agro, um dos pilares para a vitória de Jair Bolsonaro em 2018.
O pacote federal para tentar reduzir o preço dos combustíveis custará R$ 46 bilhões. O plano é baixar a gasolina em R$ 1,65. Em outra negociação, a equalização de juros do Plano Safra deve ficar por volta de R$ 22 bilhões, caso se confirme a previsão otimista dos empresários da agropecuária.
A equalização dos juros busca garantir crédito com juros mais baixos para a produção agrícola. Quanto maior o valor da equalização, mais atrativas as taxas de juros ficam para os produtores rurais. Em um cenário de disparada da taxa básica de juros e inflação recorde em três décadas, esse instrumento do governo ganha ainda mais peso.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pediu R$ 21,8 bilhões para a equalização dos juros. O presidente da bancada ruralista, deputado Sergio Souza, defendeu o repasse de R$ 22 bilhões.