Como Gabriel Galípolo descobriu que o Banco Central boicota suas entrevistas
Banco Central estava impedindo entrevistas do novo diretor Gabriel Galípolo, ex-número dois no Ministério da Fazenda do governo Lula
atualizado
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O diretor do Banco Central Gabriel Galípolo, ex-número dois de Fernando Haddad na Fazenda, tomou conhecimento de que o banco estava impedindo sua comunicação com a imprensa após notar que um padrão vinha se repetindo.
Conforme contou a colunista Monica Bergamo, o BC passou a discutir internamente a possibilidade de tirar do papel uma ideia que já havia sido discutida no passado. A norma previa que assuntos relacionados à comunicação com a imprensa deveriam passar antes pelo escrutínio do presidente do BC, Campos Neto.
Integrantes do BC ouvidos pela coluna afirmam, entretanto, que a norma, mesmo sem aprovação da diretoria, chegou a vigorar contra Galípolo. E foi o próprio quem percebeu.
O diretor percebeu que a assessoria de imprensa do BC não repassava a ele pedidos de entrevistas que lhe eram feitos. Jornalistas que o procuravam diretamente e pediam uma conversa ouviam a orientação para que procurassem a comunicação do banco e formalizassem o pedido, prática comum em órgãos públicos e grandes empresas. No entanto, essas solicitações nunca chegavam a Galípolo.
Os repórteres, tempos depois, retornavam ao diretor dizendo que haviam recebido a resposta de que ele não falaria. Mas Gabriel Galípolo sequer havia sido consultado.