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Gabinete de filha de Cunha pede reembolso de Uber até para shoppings

Dani Cunha, filha de Eduardo Cunha, aluga automóveis com a cota parlamentar, mas é a segunda deputada que mais recebe reembolsos de Uber

atualizado

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Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
A deputada Dani Cunha, do União Brasil do Rio de Janeiro, discursa no plenário da Câmara
1 de 1 A deputada Dani Cunha, do União Brasil do Rio de Janeiro, discursa no plenário da Câmara - Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O gabinete da deputada Dani Cunha, filha de Eduardo Cunha, usou verba da Câmara com corridas de Uber para shoppings, restaurantes e uma clínica de dermatologia, entre outros endereços. A parlamentar, do União Brasil do Rio de Janeiro, disse à coluna que não pegou nenhum Uber durante o mandato, e afirmou que o uso por seus funcionários não teve irregularidades.

Dani Cunha é a segunda deputada que mais recebeu dinheiro da Câmara para reembolsar corridas do aplicativo. O gabinete gastou R$ 7.251,36 com Uber, atrás apenas do ex-deputado Deltan Dallagnol, que recebeu de volta R$ 8.031,72 entre fevereiro e junho.

As notas fiscais que Dani apresentou à Câmara estão sempre em nome de assessores, sendo que a maioria das corridas ocorreu em nome de Michell Yamasaki Verdejo e de Giovana Pupe Rocha. A coluna encontrou viagens com endereços de partida ou de destino que são estranhos ao exercício do mandato parlamentar.

Às 12h32 do dia 20 de fevereiro, uma segunda-feira, o gabinete de Dani pediu um Uber do Aeroporto Santos Dumont para a sala 334 do Edifício Hong Kong 3000, onde está localizado o Centro Carioca de Psoríase, um espaço de dermatologia clínica e cirúrgica. A corrida custou R$113,22.

No dia 5 de março, um domingo, o Uber foi acionado pelo gabinete às 12h24. A corrida, de R$ 33,64, começou num prédio residencial em Jacarepaguá e teve como destino o shopping Via Parque, na Barra da Tijuca.

Em outro domingo, no dia 23 de abril, um Uber saiu às 14h11 de um prédio residencial na Vila Mariana, em São Paulo, e estacionou no Shopping JK Iguatemi. Naquele mesmo dia, às 18h35, o aplicativo foi acionado para uma corrida de um minuto até o restaurante Eataly. Uma nova viagem, do Eataly até um prédio residencial na Santa Cecília, ocorreu às 19h24. Tudo custou R$ 104,78.

Às 16h29 do dia 5 de maio, uma sexta-feira, o gabinete de Dani Cunha acionou o Uber do salão de beleza The Black Door, no centro metropolitano da Barra. A corrida, de R$36,64, terminou no shopping Vogue Square.

Uma fatura do dia 8 de maio, uma segunda-feira, mostra uma corrida para a loja Brasil Cacau, do shopping Metropolitano Barra. O circuito começou em Jacarepaguá, às 10h58. O Uber de volta, acionado às 11h55, partiu da loja 1002 do shopping, o endereço exato da chocolateria. Total: R$ 46,64.

No dia 1º de junho, uma quinta-feira, o gabinete usou o Uber às 10h56, para sair de um local não identificado, em Brasília, com direção a uma loja de uniformes na Asa Sul. O trajeto de volta iniciou no mesmo local e teve uma casa no Jardim Botânico como destino. O circuito custou R$ 85,91.

Apesar dos gastos expressivos com Uber, Dani alugou automóveis com cota parlamentar por três meses. Em fevereiro, ela usou um Toyota Corolla Cross e um Nissan Kicks Advance, por R$ 6.500 e R$ 3.882,14, respectivamente. Ela voltou a alugar o Toyota Corolla Cross, pelo mesmo valor, em abril e maio. A jornalista Juliana Braga flagrou, em março, o Toyota Corolla Cross do gabinete buscando Eduardo Cunha no aeroporto de Brasília.

Os gastos do gabinete de Dani com combustível de automóvel totalizam, até aqui, R$ 30.451,92.

Deltan Dallagnol, o campeão do uso de verba da Câmara com Uber, não alugou nenhum carro durante o seu mandato. O ex-parlamentar, cassado em 6 de junho, gastou R$ 1.200 com combustível entre fevereiro e junho.

Outro lado

Em nota, Dani Cunha disse à coluna “que a verba de qualquer gabinete é feita não apenas para atender a deputada fisicamente, mas, também, toda a sua estrutura de gabinete”.

“A deputada não pegou nenhum Uber durante o seu mandato, ainda que pudesse ter feito, e os trajetos utilizados pelo gabinete foram para atender os funcionários no exercício do mandato. Não podemos esquecer também que o Uber usa pontos de referência (entradas e saídas, portas, etc.)”, afirmou a assessoria da parlamentar.

Dani disse que as notas citadas pela coluna são centros de escritórios e que “qualquer um que quiser colocar no Google vai ver o endereço”. Ela alegou que um assessor foi ao seu gabinete na sala 334 do Edifício Hong Kong 3000, e não à dermatologista que lista o local como um consultório.

Nos pedidos de reembolso de Dani constam gastos com um gabinete na Av. Nilo Peçanha, 50, mas não há referência a uma sala de trabalho no Edifício Hong Kong 3000.

A deputada afirmou que o The Black Door é a referência para um complexo de escritórios que fica no local, embora só exista, nos pedidos de reembolso, um comprovante fiscal com o endereço do salão de beleza.

“Por fim, usar trajetos amplos para insinuar que pessoas estão passeando, sem antes confirmar de fato onde é o destino, é lamentável, absolutamente improcedente e visa a desqualificar a atuação de um parlamentar e sua equipe”, declarou Dani.

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metropoles.comGuilherme Amado

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