Funcionários da EBC relatam à CPI cenário de censura e negacionismo
Empregados afirmam que EBC vetou a publicação de matérias sobre a chegada da segunda onda da Covid-19
atualizado
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Funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) afirmaram à CPI da Pandemia que a estatal impõe censura interna e dissemina negacionismo na pandemia. Segundo o relatório enviado aos senadores, a EBC vetou a publicação de matérias sobre o “e daí?” de Jair Bolsonaro e a chegada da segunda onda da doença.
“Fica evidente o uso do aparato público de comunicação pelo governo do presidente Jair Bolsonaro para difusão de fake news e desinformação sobre a gravíssima situação da Covid-19 em nosso país”, disse o documento de 119 páginas encaminhado pela Frente em Defesa da Comunicação Pública e da EBC, que reúne funcionários e entidades da sociedade civil.
Segundo o material, a empresa ordenava que as notícias nos canais oficiais dessem pouca atenção ao número de mortes por Covid, que chegaram a 593 mil no país. O modelo a ser seguido seria o da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), que enfatizava os “recuperados”.
“A ordem é dar prioridade ao Placar da Vida criado pela Secom, e não destacar o número de mortes. Mesmo nas redes sociais, a ordem era destacar os recuperados sempre”, seguiu o documento.
Em outras frentes, o uso da estatal em prol do governo Bolsonaro já é investigado pelo Superior Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral.