Fornecedora do MEC e da Defesa é investigada por organização criminosa
Áudios revelados pelo MP do Ceará mostram que a dona da empresa ISM Mattos Gomes reclamou de quentinhas terem muita comida
atualizado
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Vencedora de uma licitação do Ministério da Educação e de outra do Ministério da Defesa, a empresária Idalina Mattos de Gomes, dona da ISM Mattos de Gomes, é investigada pelo Ministério Público do Ceará por “capitanear” uma organização criminosa e servir comida de má qualidade em presídios do estado. Um áudio revelado pelo órgão mostra, inclusive, Idalina Mattos de Gomes, reclamando com funcionários porque as marmitas estavam com “muita carne”.
A ISM Mattos de Gomes venceu a licitação do Ministério da Defesa para fornecer quentinhas para refugiados venezuelanos em Roraima no âmbito da Operação Acolhida, que tem parceria com o Exército. Como revelou a coluna, a licitação prevê a diminuição de carne nas refeições que serão oferecidas aos imigrantes. O certame foi alvo de uma representação no Ministério Público Federal.
A empresa já tem também um contrato com o Ministério da Educação, gerido pelo ex-governador do Ceará Camilo Santana. O contrato é de preparação e distribuição de quentinhas na Universidade Federal da Paraíba.
Há menos de quinze dias, a ISM Mattos de Gomes foi alvo de uma operação do Ministério Público do Ceará por supostamente fazer parte de um sistema de fraude de distribuição de quentinhas no estado. A dona da empresa, Idalina Mattos de Gomes, é investigada por integrar uma organização criminosa de fraude de licitações de quentinhas, segundo o relatório do MP.
O órgão apontou que a empresa entregava alimentos de baixa qualidade, em vez dos produtos comprados pelo estado. O áudio revelado por uma quebra de sigilo telefônico da dona da empresa mostra que Idalina pedia que seus funcionários diminuíssem os custos das refeições visando aumentar o lucro.
À coluna, o Ministério da Defesa disse, na última semana, que “a empresa vencedora ISM Gomes de Mattos LTDA atendeu aos requisitos legais para a participação no certame, tendo apresentado a documentação exigida”. O Ministério da Educação não respondeu aos contatos. O espaço segue aberto para manifestações.
Procurada, Idalina Mattos de Gomes não respondeu aos contatos da coluna. O espaço também segue aberto para manifestações.