Filho de deputado é chave para desvendar rachadinha, diz MP
Justiça ordenou a quebra de sigilo de filho de deputado federal; parlamentar diz que verba transferida veio da venda de gado
atualizado
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O Ministério Público de Tocantins voltou a defender a quebra de sigilo bancário de um filho do deputado federal Antônio Andrade, do Republicanos de Tocantins, no processo que investiga o parlamentar pelo crime de peculato, ou rachadinha. No início do mês, o MP pediu que a Justiça rejeite um recurso de Tony Andrade, filho do deputado, e mantenha a quebra de sigilo.
O filho do deputado alegou que a quebra de sigilo bancário “provoca danos que atingemtanto os valores individuais como a liberdade e a dignidade humanas”. O Ministério Público discordou: “O interesse público deve prevalecer sobre o particular”, afirmou a procuradora Leila da Costa, acrescentando que há indícios concretos de crime.
Deputado federal de primeiro mandato, Antônio Andrade é pré-candidato à prefeitura de Porto Nacional (TO). Em 2019, quando era presidente da Assembleia Legislativa de Tocantins, foi indiciado com o filho, atual vereador de Porto Nacional Tony Andrade, pelo crime de peculato. O esquema de funcionários fantasmas, segundo a Polícia Civil, causou um prejuízo de R$ 1,1 milhão aos cofres públicos.
Em junho, o Tribunal de Justiça do Tocantins ordenou, de forma unânime, a quebra do sigilo de Tony Andrade e de Franklin Delano, ex-funcionário no gabinete de Antônio Andrade, como mostrou a coluna. As investigações apontaram 56 transferências bancárias do atual deputado em favor do filho e do então funcionário, a um total de R$ 155 mil. A defesa do deputado alegou à Justiça que a verba veio da venda de gado.
O deputado federal Antônio Andrade negou qualquer irregularidade. “O deputado reafirma que sempre se colocou à disposição da Justiça em todos os aspectos, para, inclusive, demonstrar que sua conduta sempre foi pautada na ética, na retidão e na probidade”, afirmou.
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