Filho de Garnier mantém cargo de confiança em estatal da Marinha
Filho de Almir Garnier Santos ganha R$ 12 mil em cargo de confiança; comandante da Marinha de Bolsonaro é suspeito de apoiar plano golpista
atualizado
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O filho do almirante Almir Garnier Santos, comandante da Marinha do governo Bolsonaro suspeito de endossar um plano golpista, mantém um cargo de confiança em uma estatal da Marinha durante o governo Lula. O advogado Almir Garnier Santos Junior recebe R$ 12,4 mil na Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron).
A Emgepron deu ao advogado o cargo de assessor-adjunto de Compliance e Integridade Corporativa em 2019, início do governo Bolsonaro. Naquela época, Almir Garnier Santos era secretário-geral do Ministério da Defesa, considerado o número dois da pasta. Em 2021 e 2022, o militar foi nomeado comandante da Marinha.
Subordinada à Marinha e ao Ministério da Defesa, a empresa pública comanda projetos aprovados pelo Comando da Marinha e trabalha na manutenção da indústria naval militar brasileira.
No mês passado, Almir Garnier foi acusado na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-auxiliar de Jair Bolsonaro, de ter apoiado um plano golpista após a vitória de Lula. Até o momento, Garnier não se manifestou sobre o caso. Alinhado a Bolsonaro, Garnier rompeu a tradição e se recusou a participar da cerimônia de troca de comandante da Força em 30 de dezembro do ano passado.
Procurados por meio da Emgepron e da Marinha, Almir Garnier Santos e Almir Garnier Santos Junior não responderam. A Marinha afirmou que não interfere nas contratações da estatal.
A Emgepron afirmou que o filho do ex-comandante cumpriu todos os requisitos do processo seletivo, e que não depende do orçamento federal. Apesar disso, recebeu aportes bilionários do governo nos últimos anos. “A Emgepron é uma empresa pública, com personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio, não depende do orçamento federal e que gera suas receitas para custeio e desenvolvimento de suas atividades”.