Filho 04, Jair Renan retirou presentes da Presidência com autorização de Bolsonaro
Mensagens em e-mails de ajudantes de ordem revelam que Jair Renan Bolsonaro escolheu e retirou presentes do arquivo da Presidência
atualizado
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Filho homem mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan retirou presentes do arquivo da Presidência da República, segundo troca de e-mails dos ajudantes de ordem de Bolsonaro. As mensagens foram enviadas para a CPI dos atos golpistas e obtidas pelo Metrópoles.
De acordo com os e-mails, Renan retirou presentes do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) em 12 de julho do ano passado.
A então coordenadora de Acervo Museológico do GADH, Marjorie de Freitas Guedes, teria informado que Renan deveria selecionar e indicar quais presentes gostaria de levar, quando fosse buscá-los.
No entanto, Renan só poderia retirar os presentes após autorização do “PR” (Presidente da República), Jair Bolsonaro. As mensagens indicam que o filho 04 do ex-presidente, que hoje é funcionário do gabinete do senador Jorge Seif (PL-SC), selecionou os presentes no dia 7 de julho e os retirou no dia 12.
O GADH integra a estrutura do gabinete pessoal do presidente da República, e é a área responsável por organizar o acervo privado do presidente e definir o destino dos presentes recebidos pela presidência.
É este órgão que define quais objetos serão incorporados ao acervo pessoal do presidente e quais devem ser incorporados ao patrimônio da União. Para ser definido como acervo privado, o Tribunal de Contas da União (TCU) já apontou que o objeto precisa ser de uso personalíssimo e de baixo valor.
A reportagem tentou contato com Renan e Marjorie, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto.
Operação contra Mauro Cid
Chefe da equipe de ajudantes de ordem de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e seu pai, o general da reserva Mauro César Lourena Cid, foram alvos, nesta sexta-feira (11), de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal. A operação apura a suspeita de que joias e presentes recebidos pelo Estado brasileiro no exterior, e que deveriam ter sido incorporados ao patrimônio da União, eram comercializados para lucro próprio.
A suspeita sobre incorporação indevida de presentes começou com o caso das joias sauditas, que foram apreendidas pela Receita Federal em uma comitiva do governo Bolsonaro, em outubro de 2021. Como já revelado, o gabinete do ex-presidente tentou reaver as joias em diversas ocasiões. No fim do ano passado, Mauro Cid chegou a enviar um ofício à Receita para tentar recuperar os objetos.