Filha de Cunha tem derrota no STF sobre lei que beneficia políticos
Cármen Lúcia negou pedido de deputada filha de Eduardo Cunha para destravar no Senado projeto de lei de sua autoria
atualizado
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A ministra Cármen Lúcia, do STF, rejeitou a ação movida pela deputada Dani Cunha, filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, para destravar a tramitação do projeto de lei de sua autoria que pretende criminalizar a “discriminação” contra políticos. O texto já foi aprovado na Câmara, mas não andou no Senado.
Em um mandado de segurança no STF, a deputada alegou que o início da tramitação do projeto no Senado aguarda despacho do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, desde junho de 2023, mas travou desde então.
Ao pedir uma liminar que determinasse a Pacheco o processamento do texto, a ação afirmou que ele “interditou” o debate, cometeu “abuso de poder por desvio de finalidade” e “ilegalidade por violação ao devido processo legislativo” ao não dar seguimento à tramitação.
Para Cármen Lúcia, no entanto, não cabe ao STF julgar prazo para que o presidente do Senado dê sequência a um projeto de lei aprovado na Câmara, “sob risco de descumprimento do princípio da separação dos poderes”.
A ministra considerou não haver na ação provas de que Pacheco cometeu abuso de poder e também rechaçou existir “direito líquido e certo” de Dani Cunha no caso, condição para que um mandado de segurança seja aceito.
“Lei Dani Cunha”
Apelidado de “Lei Dani Cunha”, o texto aprovado na Câmara prevê pena de 2 a 4 anos de prisão nos casos em que bancos se neguem a abrir contas ou conceder crédito a políticos, autoridades públicas e até familiares e empresas deles em razão de serem “politicamente expostas”.
O projeto de lei enquadra casos de pessoas públicas que estejam respondendo a procedimentos investigatórios ou processos na Justiça nos quais ainda caibam recursos. A versão inicial do texto de Dani Cunha também mirava casos de “injúria” contra políticos, mas o relator do projeto, Cláudio Cajado, retirou o trecho do projeto.