metropoles.com

Ficha militar de amigo de Bolsonaro preso cita crimes e detenções

Ailton Barros, preso pela Polícia Federal em operação que mirou Jair Bolsonaro, seguiu os passos do ex-presidente no Exército

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
Jair Bolsonaro e Ailton Borges
1 de 1 Jair Bolsonaro e Ailton Borges - Foto: Reprodução

O ex-major Ailton Barros, preso pela Polícia Federal (PF) na quarta-feira (3/5) com outros aliados de Jair Bolsonaro, seguiu os passos do ex-presidente no Exército. Ambos foram punidos internamente por fazerem a própria campanha eleitoral na caserna e darem entrevistas criticando a Força, sem autorização.

Barros e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que também foi preso pela PF suspeito de falsificar dados de vacinas, discutiram por mensagem um golpe de Estado no país no fim do ano passado. Na conversa obtida pelos investigadores, Barros propôs um golpe a Cid, com as seguintes sugestões: a pressão sobre o comandante do Exército; a prisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF; um pronunciamento de Bolsonaro; e um decreto presidencial, como mostrou a repórter Daniela Lima.

Em 2006, o Superior Tribunal Militar (STM) expulsou Ailton Barros do Exército, por unanimidade. A lista de transgressões às regras militares foi longa e incluiu uma acusação contra o então capitão por atropelar de propósito um soldado do Exército em 1999, como mostrou a coluna. Na decisão do STM, há uma menção a um suposto abuso sexual de Barros contra uma mulher em um acampamento militar em Natal (RN). Esse crime não foi analisado por questões processuais.

Antes de perder a patente militar, Barros foi punido em 2002 por ter dado uma entrevista à imprensa sem autorização. Na TV Educativa, atual TVE, Barros criticou a Polícia do Exército em um programa sobre racismo na Força. A pena foi de dois dias de detenção. Em uma detenção, o militar fica proibido de sair do quartel.

16 imagens
O celular do ex-presidente Jair Bolsonaro foi apreendido durante a operação
Homens da Polícia Federal na operação que apreendeu celular de Bolsonaro em maio
Homens da Polícia Federal
Movimentação na frente da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro
Operação da PF
1 de 16

Movimentação de agentes da PF após apreenderem mochila de bolsonaro

Breno Esaki/Metrópoles
2 de 16

O celular do ex-presidente Jair Bolsonaro foi apreendido durante a operação

Breno Esaki/Metrópoles
3 de 16

Homens da Polícia Federal na operação que apreendeu celular de Bolsonaro em maio

Breno Esaki/Metrópoles
4 de 16

Homens da Polícia Federal

Breno Esaki/Metrópoles
5 de 16

Movimentação na frente da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro

Breno Esaki/Metrópoles
6 de 16

Operação da PF

Breno Esaki/Metrópoles
7 de 16

Movimentação na rua do ex-presidente Jair Bolsonaro

Breno Esaki/Metrópoles
8 de 16

Operação da PF tem como alvo adulteração em cartões de vacina da Covid-19

Breno Esaki/Metrópoles
9 de 16

Agentes da PF na casa de Bolsonaro

Breno Esaki/Metrópoles
10 de 16

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa de Bolsonaro

Breno Esaki/Metrópoles
11 de 16

Polícia Federal, nesta quarta-feira, faz busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro após prisão de seu ex-ajudante Mauro Cid

Breno Esaki/Metrópoles
12 de 16

Advogado de Bolsonaro chega ao Solar de Brasília II para acompanhar a busca e apreensão na casa do ex-presidente

Breno Esaki/Metrópoles
13 de 16

Bolsonaro é investigado na Operação Venire, que investiga associação criminosa acusada de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19

Breno Esaki/Metrópoles
14 de 16

A PF também prendeu, nesta quarta-feira (3/5), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro

Breno Esaki/Metrópoles
15 de 16

Agentes da Polícia Federal saem com mochila após busca e apreensão na casa do ex-presidente Bolsonaro

Breno Esaki/Metrópoles
16 de 16

Operação ocorre em condomínio de alto padrão na capital federal

Breno Esaki/Metrópoles

No mesmo ano, recebeu mais cinco dias de detenção por ter dado duas entrevistas ao Jornal do Brasil atacando seus superiores hierárquicos e o Exército. Os ministros do STM classificaram o episódio de “altamente censurável, inconcebível e intolerável”.

Barros também foi repreendido por fazer campanha eleitoral para si mesmo na caserna. O capitão distribuiu panfletos com sua foto na Vila Militar com críticas ao Exército. Quando foi abordado por um soldado, negou-se a se identificar e ficou exaltado. Punição: mais cinco dias de detenção.

Cerca de 15 anos antes, Jair Bolsonaro havia percorrido um percurso bem semelhante como militar no Rio de Janeiro. Em vez de detenções, o também então capitão foi alvo de uma prisão de 15 dias. Em 1986, Bolsonaro publicou um artigo na Revista Veja, sem autorização, em que reclamava de salários baixos na tropa. Na ocasião, posou para uma fotografia fardado.

No STM, Bolsonaro também foi acusado de outras irregularidades militares. Uma delas foi se promover a vereador dentro da caserna. Em 1988, o Exército registrou que Bolsonaro fez “campanha intensa”, espalhando panfletos em diversos pontos da Vila Militar: caixas de correios, postes e telefones públicos. Também circulava com camisetas com sua propaganda eleitoral e dava adesivos com seu número de urna. Um superior afirmou, em depoimento, que Bolsonaro era imaturo e se afastava daqueles que “pretendem progredir na carreira pelo trabalho e pela dedicação”.

Ailton Barros e Jair Bolsonaro voltariam a se encontrar muitas vezes e virariam amigos. No segundo turno da campanha de 2022, foram votar juntos. Barros pediu votos para deputado estadual pelo partido do ex-presidente, apresentando-se como o “número um” de Bolsonaro.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comGuilherme Amado

Você quer ficar por dentro da coluna Guilherme Amado e receber notificações em tempo real?