Fiadora da compra da Covaxin pagou mais a apresentador do SBT do que para CEO
CPI suspeita que Fib Bank seja empresa fantasma controlada por amigo de líder do governo
atualizado
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A Fib Bank, fiadora da compra da vacina Covaxin junto ao Ministério da Saúde, transferiu mais dinheiro ao apresentador Celso Portiolli do que a seu CEO, Roberto Ramos. As informações foram enviadas em sigilo à CPI e obtidas pela coluna. Os senadores suspeitam que a empresa seja fantasma.
De julho de 2020 a maio de 2021, a Fib repassou R$ 36 mil a Roberto Ramos, o CEO da companhia. Em depoimento à CPI na semana passada, Ramos não explicou por que recebia R$ 4 mil mensais no comando de uma firma que garantiu o pagamento de R$ 80,7 milhões ao governo federal.
Para Celso Portiolli, apresentador do SBT, a Fib pagou R$ 57 mil entre janeiro de 2020 e maio de 2021. Segundo a assessoria de imprensa de Portiolli, os recursos vêm do aluguel de uma sala comercial em Barueri (SP), cidade onde a Fib é sediada. Toda a quantia foi ou será devidamente declarada no Imposto de Renda, seguiu a nota.
Na última sexta-feira (27/8), a coluna mostrou que o empresário Abdul Fares, que revelou à CPI da Pandemia fraudes na Fib, afirmou que o advogado Marcos Tolentino é o dono da empresa. Em entrevista, Fares disse que a firma é fantasma. Com depoimento à CPI previsto para esta semana, Tolentino é amigo do líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros, investigado pela comissão.
O governo Bolsonaro cancelou o contrato da Covaxin no fim de julho, em meio a investigações da CPI, da Controladoria-Geral da União, da Procuradoria da República no Distrito Federal e da PGR.